Fogos de artifício iluminaram o céu de Goiânia e outras cidades goianas na noite de terça-feira (5); Polícia Militar e Civil realizaram operação conjunta
A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) confirmou, nesta quarta-feira (6), a prisão de 32 pessoas suspeitas de participação no foguetório que iluminou o céu de diversas cidades goianas na noite anterior, incluindo Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade, Abadia e Rio Verde. O episódio, marcado pelo lançamento simultâneo de fogos de artifício, levantou suspeitas de uma ação coordenada por integrantes ou simpatizantes do Comando Vermelho (CV).
De acordo com investigações preliminares, o foguetório teria sido uma homenagem a criminosos mortos durante a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro há uma semana, considerada a mais letal da história do estado, com 120 mortos, entre eles dois policiais civis e dois militares. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, entre os mortos estavam cinco criminosos de Goiás, dois apontados como líderes de células do CV que atuavam no Estado.
Mensagens interceptadas pela polícia indicam que membros da facção em Goiás combinaram soltar os fogos simultaneamente, por volta das 22h de terça-feira. A Polícia Militar confirmou a prisão de algumas pessoas envolvidas nos atos ainda na noite do episódio, mas as investigações evoluíram nas horas seguintes.
32 pessoas foram presas em operação integrada:
Segundo o secretário de Segurança Pública, Renato Brum dos Santos, a ação mobilizou equipes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Procon-GO e Superintendência de Inteligência da SSP. Do total de presos, 12 estavam em Goiânia, 9 em Aparecida, 6 em Abadia, 2 em Trindade e 3 em Rio Verde. Três dos conduzidos usavam tornozeleiras eletrônicas. Parte dos detidos foi autuada por apologia ao crime, porte ilegal de arma e participação em organização criminosa.
Segundo o secretário Renato Brum dos Santos, os detidos foram identificados em operação integrada das forças de segurança após monitoramento de mensagens em redes sociais que convocavam simpatizantes do Comando Vermelho (CV) para homenagear criminosos mortos em confronto no Rio de Janeiro.
“Aqui em Goiás, bandido não se cria. Não vamos aceitar enaltecimento de criminosos. A resposta foi imediata e continuará firme”, afirmou Brum.
As forças envolvidas, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Procon-GO e Superintendência de Inteligência da SSP, atuaram desde a madrugada. Do total de presos, 12 estavam em Goiânia, 9 em Aparecida, 6 em Abadia, 2 em Trindade e 3 em Rio Verde. Três dos conduzidos usavam tornozeleiras eletrônicas, e parte deles foi autuada por apologia ao crime, porte ilegal de arma e participação em organização criminosa.
Em entrevista o secretário Renato Brum explicou que o episódio, apesar do monitoramento constante das forças de inteligência, não poderia ter sido evitado integralmente. “É quase humanamente impossível. As pessoas compraram artefatos legalmente e só entendemos a real motivação quando a ação começou. O simples ato de soltar fogos não é crime, o crime é o enaltecimento de facção. Nós tivemos que entender o que estava por trás disso”, disse.
Segundo Brum, apenas dois dos presos têm ligação direta com facção criminosa, enquanto os demais são simpatizantes de torcidas organizadas que aderiram ao “oba-oba” das redes sociais. “Nós diferenciamos pelo histórico criminal e pelos vínculos já mapeados. Os líderes de facções estão isolados em Planaltina, incomunicáveis e sob regime especial. Os presídios estão sob total controle”, garantiu.
O secretário confirmou que, após o episódio, houve reunião com o governador Ronaldo Caiado, que reforçou a ordem de “tolerância zero”. “O governador determinou: nenhum palmo do Estado será dominado por criminosos. A orientação foi clara, agir com firmeza, inteligência e integração”, afirmou.
Renato Brum também citou a atuação de torcidas organizadas como ponto de atenção das forças de segurança. “Infelizmente, há torcedores sérios, mas há também infiltrados ligados a organizações criminosas. Já fizemos mais de 80 prisões só neste ano ligadas a essa facção. Esses grupos tentam usar o futebol como fachada para atividades ilícitas”, disse.
Segundo ele, o episódio também ajudou as forças a mapear áreas de atuação e pontos de influência, o que permitirá aperfeiçoar futuras operações. “O foguetório serviu como mapeamento. A inteligência filmou, cruzou dados e nos ajudou a direcionar melhor as ações. O foco foi a Região Metropolitana, onde concentramos as prisões”, explicou.
Brum assegurou que o Estado segue em alerta e com operações ativas em todos os 246 municípios goianos, mas sem motivo para pânico. “A população pode ficar tranquila. Goiás tem ordem, liberdade e segurança. Estamos atentos, atuando de forma coordenada, e os índices criminais estão em queda — será o sétimo ano consecutivo de redução”, destacou.
Sobre o recente levantamento nacional que apontou Goiás com alta quantidade de laboratórios de drogas desmantelados, o secretário afirmou que o número é reflexo da eficiência das operações, e não de crescimento do tráfico. “Quanto mais atuamos, mais flagramos. Isso mostra nossa efetividade. A Polícia Federal, a PRF e o Ministério da Justiça são nossos parceiros constantes nesse enfrentamento”, completou.
Durante as ações, o Procon-GO fiscalizou 30 estabelecimentos em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis, apreendendo cerca de 4 mil fogos de artifício. Segundo o diretor do órgão, Antonísio Neto, foram encontradas irregularidades em armazenagem e ausência de licenciamento junto ao Corpo de Bombeiros. “O problema não é vender fogos, mas vender sem estrutura adequada e sem autorização. A fiscalização continua”, afirmou.
Já o chefe da Polícia Penal, Firmino Vieira, reiterou que todas as lideranças criminosas estão isoladas na unidade de Planaltina. “Temos 85 unidades prisionais e nenhuma cela onde o Estado não entre. As facções estão neutralizadas e monitoradas”, afirmou.
Com a continuidade das operações e o monitoramento de redes sociais, a SSP-GO informou que novas prisões podem ocorrer nos próximos dias.
Ricardo Lima / Fontes: Redações – Diário de Goiás e Opção.
