“Acabei de ouvir do vereador Alexandre Bobadra que tenho ‘tesão’ nele”, denunciou a vereadora de Porto Alegre Bruna Rodrigues.
A vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) denunciou, ontem, quarta-feira (1), na tribuna da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o vereador Alexandre Bobadra (PSL) pela prática de assédio durante a tumultuada sessão, que avaliava, entre outros temas, o projeto do Executivo que extingue a profissão de cobrador de ônibus na capital gaúcha.
Segundo o relato de Bruna Rodrigues, integrante da bancada negra da Câmara Municipal, após ela fazer uma intervenção no plenário ela foi abordada pelo parlamentar.
A vereadora relatou assim a abordagem: “Acabei de ouvir do vereador Alexandre Bobadra que tenho ‘tesão’ nele, uma típica demonstração do machismo que nós mulheres somos submetidas”.
A vereadora anunciou que ingressou com uma representação junto à mesa diretora da Câmara por infração do Código de Ética da Câmara pedindo providências contra o que ela definiu como “mais uma manifestação da violência política de gênero”.
A representação afirma que “o ato do vereador tem previsão no Código Penal, pois trata-se de importunação sexual, prevista no artigo 215-A, além de ser ato de assédio moral, constituindo-se grave quebra de decoro, não abrangida pela imunidade parlamentar”.
Além disso, lembra o o artigo 5º, inciso I, alínea ”b”, do Código de Ética da Casa, que afirma:
Artigo 5º – Constituem faltas contra a ética parlamentar de todo Vereador no exercício do seu mandato:
I – quanto às normas de conduta nas sessões de trabalho da Câmara:
a. desacatar ou praticar a ofensas físicas ou Morais, bem como dirigir palavras injuriosas a seus pares, aos membros da Mesa Diretora, do Plenário ou das Comissões, ou a qualquer cidadão ou grupo de cidadãos que assistam a sessões de trabalho da Câmara;
“Que a Câmara de Vereadores é um espaço hostil às mulheres eu já sabia. Talvez alguns homens desse lugar é que não sabem que sou do tipo das que não leva desaforo pra casa. Medidas estão sendo tomadas!”, acrescentou Bruna Rodrigues.
Ricardo Lima / Fonte: “Brasil 247”