Após adiamento, afastamento de juiz e barreiras para o júri, filho da vítima relata frustração: ‘Queremos que aconteça o quanto antes’.
Valério foi morto em 2012, após sair do trabalho.
Nove anos após a morte de Valério Luiz, o julgamento dos cinco acusados de envolvimento na morte ainda segue sem data para acontecer.
O júri chegou a ser marcado para junho do ano passado, mas, segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), foi adiado por causa da pandemia.
Após as diversas barreiras para o parecer, o filho do radialista relatou a “frustração”.
“Por causa da pandemia, a demora não acontece por culpa do tribunal, mas o fato de demorar tanto tempo nos expõe a isso. O julgamento chegou a ser adiado, por outras razões, desnecessariamente. Por um lado, fica a frustração, pois nós queremos que o júri aconteça o quanto antes”, disse Valério Luiz Filho.
O crime aconteceu em 2012, na porta da rádio onde a vítima trabalhava, na Rua C-38, Setor Serrinha, em Goiânia.
Ele foi morto a tiros logo após sair do trabalho.
A motivação do homicídio foi, segundo a polícia, comentários feitos por Valério Luiz, que teriam gerado “acirrada animosidade e ressentimento” por parte de um dos acusados.
As cinco pessoas acusadas do crime são:
Maurício Sampaio, apontado como mandante;
Urbano de Carvalho, acusado de contratar PM que teria matado Valério;
Ademá Figueiredo, cabo da Polícia Militar acusado de ser contratado para matar o cronista;
Marcus Vinícius Pereira Xavier, açougueiro, que teria participado do planejamento do crime;
Djalma da Silva, PM denunciado por atrapalhar as investigações.
Segundo o advogado de Marcus Vinícius, a defesa não irá se posicionar.
Já o advogado que faz as defesas de Djalma, Urbano e Ademá informou que a demora na realização do julgamento não se deve a nenhum dos denunciados, mas à pandemia e ao próprio judiciário.
Ele disse ainda que encaminhou uma petição de arguição de nulidades ao julgamento perante o júri, há mais de um ano, mas que o juiz não se prontificou a proferir qualquer decisão.
Sobre o pedido, o TJ informou que não comenta a conduta de magistrados durante os processos.
Barreiras para júri:
A data para o julgamento dos acusados já enfrentou várias barreiras.
Em abril de 2019, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara citou que não tinha como marcar a junta devido à falta de estrutura do tribunal para realização da sessão de um caso de grande repercussão.
Em outubro do mesmo ano, o juiz desmembrou o julgamento em três sessões, alegando ainda a falta de estrutura para que os cinco fossem julgados juntos.
Em dezembro, Jesseir Coelho pediu afastamento da presidência da comissão alegando motivos pessoais e que era “suspeito de continuar atuando para a concretização do júri popular, batendo contra todo o sistema processual”.
O caso foi transferido para o juiz Lourival Machado da Costa, que, em fevereiro deste ano, marcou o julgamento dos cinco réus na mesma sessão, em junho.
Porém, devido à pandemia, o julgamento foi novamente adiado e segue sem data.
Investigação;
A Polícia Civil concluiu, em fevereiro de 2013, que cinco pessoas participaram do crime.
O inquérito possui mais de 500 páginas e mais um volume com provas técnicas contra os suspeitos.
O Ministério Público denunciou Maurício Sampaio como mandante do crime.
O documento destacava que os comentários feitos por Valério Luiz geraram entre Sampaio e o radialista “acirrada animosidade e ressentimento” por parte do acusado.
Expectativa para julgamento:
Segundo Valério Luiz Filho, que é advogado e atua no caso do pai, desde que o crime ocorreu, em 2012, a família espera que a justiça seja feita.
A expectativa dos parentes é que o júri aconteça ainda neste ano.
“A gente fica nessa expectativa. Agora, com a vacinação caminhando, já liberaram o júri de réus presos, então, a gente espera que no segundo semestre o julgamento aconteça”, contou.
Minha opinião:
Como que depois de 9 anos os responsáveis pelo assassinato do Radialista Valério Luiz ainda não foram condenados?
Essa pergunta não quer se calar.
Nossa justiça é muito falha, 9 anos e nada acontece.
Tomara que esse ano todos os envolvidos vão pra cadeia, isso é revoltante. Pronto, falei. Ass: Ricardo Lima.
Ricardo Lima / Fonte: Danielle Oliveira “G1-GO”