A vazão de água no Rio Meia Ponte está em baixa. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), há 70 dias não chove em Goiânia. Até a tarde de domingo passado (22), a vazão estava em 3,5 mil litros por segundo, no chamado nível crítico 2, o que significa que a Saneago precisará apresentar um plano de racionamento de água.
A apresentação do plano de racionamento é uma necessidade legal quando a vazão do Rio Meia Ponte fica menor do que 4 mil litros por segundo.
Abaixo deste índice também há a necessidade de reduzir em 25% as vazões de captação dos usuários de águas subterrâneas, bem como dos usuários de águas superficiais que captam diretamente nos cursos d´água, para todas as finalidades de usos, exceto para abastecimento público e dessedentação animal.
A Saneago deve apresentar Plano de Racionamento de uso da água aos órgãos reguladores (AGR e ARG), conforme Resoluções nº 110/2017 da Agência Goiana de Regulação (AGR) e 001/2019 da Agência de Regulação de Goiânia (ARG).
O Plano de Racionamento a ser elaborado pela Saneago, reunirá um conjunto de ações que visam mitigar os impactos da redução da vazão do Meia Ponte, caso essa redução comprometa o abastecimento público. Em anos anteriores estiveram previstos três tipos de ações: estruturais, operacionais, e de comunicação e marketing.
Nível Crítico 3:
O Meia Ponte já se aproxima do próximo nível crítico, o de número 3, abaixo de 3 mil litros por segundo. Neste índice haverá a necessidade de outras medidas como: a redução de 50% dos volumes diários outorgados que realizam captação direta.
Será preciso reduzir gradativamente a vazão para o abastecimento público da Região Metropolitana de Goiânia até 1 mil litros por segundo e a Saneago terá que implementar Plano de Racionamento de uso da água e Intensificar campanhas de orientação e fiscalização dos usuários.
Observação:
A adoção do plano de racionamento não necessariamente se trata de um rodízio do abastecimento de água. Em anos anteriores a possibilidade foi aventada caso o nível ficasse abaixo de 1,5 mil litros por segundo.
Resposta:
Por meio de nota, a Saneago informou que o plano de racionamento é uma das diretrizes previstas pelo Comitê de Bacia do Rio Meia Ponte.
A companhia destacou que está cumprindo todas as providências adotadas em relação aos níveis de criticidade, incluindo os trâmites de apresentação e aprovação do Plano de Racionamento de uso da água.
Foi informado que nos dois últimos anos também houve a elaboração do plano, mas este não precisou ser, efetivamente, aplicado.
A Saneago informou que realizou planejamento e todos os trabalhos necessários para garantir o fornecimento de água regular no período de estiagem.
A companhia explica ainda que o abastecimento, em Goiânia, está normalizado. No entanto, o período de seca demanda cautela e é fundamental o consumo consciente de água.
A empresa destacou que em 2019 e 2020, mesmo com estiagem prolongada, o abastecimento foi regular, devido às ações em conjunto com demais órgãos do Governo do Estado. Os trabalhos são para que o abastecimento também permaneça normalizado durante a estiagem deste ano.
A Saneago destacou que há um grande conjunto de pequenas obras voltadas ao operacional: automação de sistemas, instalação de Válvulas Redutoras de Pressão, perfuração e interligação de poços, aumento de reservação e trabalho constante de redução de perdas (que dá resultados, estando entre os melhores índices do País).
Também foi informado que para maior garantia de estabilidade no abastecimento, há a adutora de integração entre os Sistemas Meia Ponte-João Leite.
A Saneago está cumprindo o decreto estadual (Nº 9.872, DE 26 DE MAIO DE 2021, que declara situação de risco de emergência hídrica).
Ricardo Lima / Fonte: Samuel Straioto “Rádio Sagres”