A Prefeitura de Trindade prepara a instalação do Comitê da Bacia do Arrozal nos próximos 15 dias, tendo em vista proteger as 22 nascentes que são as principais fontes do abastecimento público do município.
É a primeira iniciativa concreta para a proteção da Bacia do Arrozal e ocorre no mês em que Trindade celebra 101 anos.
Grandes consumidores da bacia se reuniram com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e a Saneago no auditório do Centro Administrativo Prefeito Pedro Pereira, quinta-feira passada (12/08). Eles terão que formar uma associação e apresentar à Prefeitura de Trindade, em 10 dias, dois nomes para assento representativo no comitê.
A Saneago apresentou uma proposta de recuperação das 22 nascentes, iniciando pelo cercamento delas, o plantio de mudas e a disseminação de técnicas de conservação como o terraceamento e bacias de contenção de erosões.
Além dos grandes consumidores, da Semma de Trindade e Saneago, farão parte do comitê representantes do Ministério Público Estadual, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e um vereador indicado pela Câmara Municipal para representar os pequenos consumidores de água de Trindade.
Roberto Badur, secretário municipal de Meio Ambiente, explicou para os presentes a importância de regular a reservação de água no município, controlando o consumo em represas, por exemplo, e a necessidade de proteger o lençol freático.
Disse também que a Prefeitura estuda a construção de, ao menos, seis barragens em parceria com outros órgãos e produtores, “tudo como forma de não faltar água no futuro de Trindade”.
Atualmente quatro comitês são atuantes em Goiás, todos na Bacia do Rio Paranaíba, mas existem outros comitês instalados, inclusive um na Bacia do Rio dos Bois, vizinho de Trindade, segundo informou o supervisor de Hidrologia da Saneago, Paulo Henrique de Almeida. Ele alertou os produtores para a tendência de agravamento na oferta de recursos hídricos na região do Arrozal.
Segundo estudo que realizou, o déficit de chuvas do ano passado foi de 147 milímetros em relação ao regime dos 30 últimos anos, sendo que já chegou a ser de 500 milímetros em 2017 e oscilou, também em grande baixa, por vários outros anos. “Caminhamos para uma situação em que pode haver um ano inteiro sem nenhuma chuva”, alertou o supervisor.
Já a bióloga da Gerência de Apoio à Conservação de Mananciais da Saneago, Juliana Cristina de Sousa, informou que a empresa vai apresentar o diagnóstico ambiental da região da Bacia do Arrozal e fazuer o cercamento com as mudas. Essas ações e a implantação do Comitê são impulsionadas pelo do Ministério Público, por meio do Projeto Ser Natureza.
Ricardo Lima / Fonte: “Agência Municipal de Comunicação”