Prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, detalhou, em entrevista ao O HOJE, como será feita a paralisação além do objetivo por trás da adesão em massa dos prefeitos
O prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (UB), esteve, na manhã da última segunda-feira, 11, na sede do jornal O HOJE. Durante sua passagem pela redação do veículo, o gestor falou com os jornalistas do grupo sobre diferentes temas que envolvem a administração municipal, além, claro, das mais recentes movimentações políticas. Dentre os assuntos abordados, Pellozo falou sobre a adesão do município à paralisação das prefeituras — prevista para a próxima quarta-feira, 13.
“Dia 13 teremos as prefeituras paradas. Mais de 80 prefeitos já confirmaram. Vamos a Assembleia Legislativa para evidenciar essa crise dos municípios gerada pela queda de arrecadação”, argumenta Pellozo. Na última quinta-feira, 31, vale lembrar, dezenas de prefeitos goianos se reuniram no município de Anápolis para discutir a situação orçamentária enfrentada no Estado de Goiás e alinhar as ações que serão tomadas pelos gestores. O resultado foi um acordo pela paralisação no dia 13.
Com isso, a expectativa é que os gestores se reúnam na sede da Assembleia Legislativa de Goiás para reivindicar revisão e destrave dos repasses da União. Diante desse cenário, Pellozo defende que a população esteja ciente do atual cenário, porém, que não seja prejudicada pela paralisação dos serviços. “A população precisa saber a realidade do município do ponto de vista administrativo e os órgãos acima da gente também precisam saber a realidade que mais de 65% dos municípios de Goiás estão enfrentando. Hoje em dia não temos uma gestão de quatro anos. Temos quatro gestões de um ano. Todo ano, o prefeito, no CPF dele, tem que prestar contas pela lei de responsabilidade fiscal. Aquela dívida fica no CPF dele”, disse antes de detalhar os números.
Segundo Pellozo, desde setembro do ano passado, a cidade Senador Canedo enfrenta perdas significativas. “De setembro a dezembro de 2022, deixamos de arrecadar R$ 25 milhões. De janeiro de 2023 até agora, foram mais de R$ 40 milhões. Com isso, fechamos as contas no vermelho. A Saúde, por exemplo, nunca fecha suas contas e faltam aproximadamente R$ 3 milhões que não entram nesse dinheiro”.
“Esse ano, além da queda do ICMS que ainda não foi restaurada, tivemos uma perda no FPM, porque houve uma queda na arrecadação federal. Essa queda na arrecadação foi parar nos municípios. Pior para os pequenos, não melhor para os maiores. Senador Canedo está amargando isso pois o dinheiro não entra, o que deixa o prefeito em uma situação muito complicada, principalmente do ponto de vista fiscal e jurídico. Apesar de tudo isso, temos feito um esforço no sentido de não alardear, mas que está praticamente impossível administrar o município sem dinheiro, está”, avaliou.
Em outro trecho da entrevista, o político disse que os prefeitos se reunirão novamente para acertarem como será feita a paralisação nos municípios. “No meu ponto de vista, não devemos fechar os serviços essenciais, mas fechar a parte administrativa da prefeitura, sem prejudicar a população. Os cidadãos devem estar cientes, mas não podem ser prejudicados”.
E continuou: “No meu caso, não quero paralisar as escolas, por exemplo. Existe um calendário escolar que deve ser respeitado. A paralisação acarretaria em dias a menos que precisarão, posteriormente, ser compensados. Amanhã, quem paga essa conta é o próprio prefeito, pois se o dinheiro não entra não tem como pagar as contas da prefeitura”.
Em conversa com o assessor do Prefeito Marden Júnior, Rodrigo Bueno, a adesão a essa paralisação já está atingindo mais de 200 dos 246 municípios de Goiás e Trindade, também, vai fazer parte desse manifesto. O decreto com relação a essa paralisação vai ser publicado nesta terça-feira 12/09.
Ricardo Lima / Fonte: Felipe Cardoso – Jornal ‘O Hoje”.