Telejornal “inimigo” do presidente da República é prejudicado por três fatores de difícil solução rápida
Em momento crítico da pandemia, com manchetes negativas a se sobrepor quase de hora em hora, o ‘Jornal Nacional’ chegou a ter média de audiência perto de 40 pontos
“Não tenho nada a ver com isso, tá ok?”: não dá para reclamar de Bolsonaro desta vez
Nas últimas semanas, o “JN”está com dificuldade de atingir a casa dos 30.
Houve perda de público em quase todas as regiões do País.
Em algumas, a fuga foi de 15% de telespectadores.
Esse revés seria consequência do alardeado boicote proposto na internet por críticos da Globo e os bolsonaristas?
O principal telejornal da TV seria vítima do radicalismo político-ideológico?
A rejeição ao jornalismo da emissora carioca explica uma pequena fração do declínio no Ibope.
Outras causas são bem mais danosas.
A primeira é a retração do distanciamento social nas grandes cidades.
As taxas caíram apesar do apelo “fique em casa” repetido pelas autoridades.
Mais gente nas ruas por conta do comércio aberto até mais tarde significa menos público diante da TV na faixa nobre.
Em São Paulo, principal área de aferição da Kantar Ibope, os estabelecimentos, lojas de rua, shoppings, restaurantes, funcionam até 21h, horário em que o ‘JN’ já passou da metade de sua duração.
Outro motivo para a fase de contração da audiência do principal jornalístico da Globo é a monotonia.
As notícias parecem se repetir, edição após edição.
A cobertura da pandemia de covid-19 se tornou invariável e previsível.
Pouca coisa na política e na economia acontece sem estar atrelada à crise sanitária. Isso faz com que parte do público, entediado, deixe de ser fiel.
Há uma terceira circunstância a afetar o desempenho do ‘JN’.
A reexibição da novela que antecede o telejornal, ‘Salve-se Quem Puder’, e a do folhetim exibido depois, ‘Império’, estão abaixo da expectativa.
Menos público herdado de uma trama e menos telespectadores que sintonizam a Globo à espera da próxima tiram pontos preciosos de audiência do ‘Jornal Nacional’.
Esses três fatores não podem ser resolvidos facilmente.
Como editor-chefe do ‘JN’, William Bonner tem a opção de expandir a linha editorial com pautas mais atrativas.
Em relação à diminuição do distanciamento social e ao desinteresse de parte dos noveleiros pelas reprises atuais, nada pode ser feito pelo todo-poderoso do telejornalismo brasileiro.
Minha opinião:
A audiência do Jornal Nacional, vem caindo porque o jornalismo da Globo fez uma aposta errada.
Não se pode menosprezar a força que tem os eleitores do Presidente Jair Bolsonaro e o Jornal Nacional vem fazendo isso em todas as suas edições.
Não se ouve uma notícia positiva do Presidente, nenhuma ação que ele promove é elogiada.
Tudo que o Presidente faz tá errado.
Será que ser o 4º pais que mais vacinou no mundo não merece créditos para o Presidente?
Será que o auxílio emergencial não deve ser elogiado?
Será que ações que vendo sendo feitas no nordeste, como construção de pontes, estradas e a transposição do Rio São Francisco, não merecem destaques?
Será que enorme apoio que recebe quando se desloca para outros estados, onde é recebido por multidões, não merece uma notinha positiva dos âncoras do JN?
Será que as motociatas, não são notícias que poderiam abrir ou fechar uma edição do JN?
A Bolsa de valores, vem batendo recordes, não merece uma linha de elogio?
O Dólar cai, não tem uma participação do Governo?
O Presidente Jair Bolsonaro, como qualquer outro Chefe de Estado cometeu falhas durante essa pandemia, insiste em andar sem máscara, demorou a aprovar a compra das vacinas, exerce uma proteção excessiva sobre seus filhos, enfim ele comete erros, mas tem na minha opinião muito mais acertos.
Portanto acredito que menosprezar a força dos eleitores do Presidente Jair Bolsonaro, foi um erro com grandes e graves consequências para o Jornal Nacional. Pronto, falei. Ass; Ricardo Lima
Ricardo Lima / Fonte: Jefferson Benício “Terra”