A alta galopante nos preços de combustível preocupa o consumidor que começa a sofrer quando vai abastecer o carro. As empresas de transporte coletivo também demonstram publicamente a preocupação nos constantes reajustes. Uma das medidas que Goiás adotou no sentido de freá-los é congelamento do ICMS sobre o valor da compra de combustíveis. Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, do Diário de Goiás, o pré-candidato ao Senado, Henrique Meirelles destaca algumas prováveis soluções para frear as altas constantes.
Henrique Meirelles pontua que há duas situações que ficam expostas com essa atitude do governo. “A primeira finalidade é, dar colaboração dos estados que estão colaborando como podem congelando o preço do ICMS sobre o combustível. Tem uma consequência secundária que mostra que isso não vai baixar o preço do combustível”, dispara.
Se não vai adiantar, o que é que será do futuro com relação aos consequentes aumentos que irão surgir? “Acho que temos que ter um olhar sério com relação a isso. Eu sou favorável a nível de competição e não gosto de interferência de governo, mas eu acho o seguinte: quando a companhia é monopolista e estatal, controlada pelo Governo, então o governo é responsável pela fixação de preços porque é um monopólio. Se tivéssemos, por exemplo, quatro companhias de petróleo disputando o mercado, aí tudo bem, deixa livre que haverá solução e o preço vai ser fixado pela competição, mas não há competição, é só uma companhia, o governo bota o preço onde quiser e fixa o lucro da companhia onde quiser e distribuí mais da metade do lucro para acionistas privados”, pontua Henrique Meirelles.
Henrique Meirelles defende a implantação de um fundo que sugeriu enquanto era Ministro da Fazenda, em 2018. “Eu acho que é muito importante se esperar que o governo assuma a responsabilidade como controladora de um monopólio, e a responsabilidade na moderação deste preço, eu próprio fiz uma proposta em 2018 para criação de um fundo para estabilização de preços. Isso é possível ser feito e os acionistas privados eles tem consciência de que estão comprando ações de um monopólio estatal e o governo como monopólio estatal tem de assumir a sua responsabilidade de fixador de preços e que não irá competição para fixar preços”, avalia. “O governo é responsável por moderar isso e não deixar que o monopólio vá fixando preços que são punitivos para a economia dos consumidores”, dispara.
Fonte: Diário de Goiás