Após o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, confirmar em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (20), que “dificilmente não deixará o MDB” e que “será uma peça para construir um projeto antagônico ao do governador de Goiás, Ronaldo Caiado”, o presidente do partido em Goiás, Daniel Vilela, avaliou a decisão de Mendanha como “algo temerário”.
“Vejo que pessoas que nunca tiveram convergências, nunca foram nossos aliados, pelo contrário, foram nossos grandes adversários, estão muito próximas dele. Basta ver que por onde vai no Estado de Goiás, Gustavo tem sido recebido, principalmente, por PSDBistas, por pessoas que eram ligadas ao ex-goverandor Marconi Perillo, esse sim, o nosso grande adversário ao longo desses últimos anos. […] Está deixando um local onde tem confiança e reconhecimento para se juntar a pessoas que não fizeram bem para Goiás ao longo dos últimos anos”.
Daniel reforçou a história que Gustavo Mendanha tem com a sigla e continuou ao afirmar que o prefeito de Aparecida teve “dentro do MDB todas as oportunidades políticas para chegar onde chegou” e avaliou que o melhor caminho para Mendanha seria a permanência “com as pessoas que querem o bem dele, que acreditam nele e não buscar pessoas que querem apenas utilizá-lo como uma peça na construção de uma oposição ao atual governador Ronaldo Caiado”.
Apesar das afirmações, o presidente do MDB em Goiás reconheceu que não conseguiu chegar a um consenso com o prefeito de Aparecida. “Ele me comunicou que possivelmente deixará o partido, o que eu lamento, mas espero que não aconteça.”
Anúncio da aliança DEM-MDB:
Daniel afirmou que o evento que está sendo preparado para anunciar a aliança entre o DEM e o MDB será feito para dar publicidade ao resultado da consulta feita dentro do partido. “De 160 órgãos constituídos, 146 se manifestaram a favor dessa aliança e acho que nada mais justo e educado da nossa parte que façamos um evento com participação de todos esses líderes que se manifestaram no Estado de Goiás, junto ao governador Ronaldo Caiado e a partir de então assumirmos o compromisso de estamos aliançados”.
O presidente do MDB reconheceu que o partido reivindica uma vaga para vice-governador, mas que não há imposição. “A partir do momento que a gente se manifesta para estar ao lado dele [Caiado], obviamente com ele liderando, sendo candidato a reeleição, é ele quem tem a missão de estabelecer essas condições e definições”.
Antes oposição, Daniel defendeu a “busca por espaço político e partidário”, na aliança de agora com o DEM. Segundo o presidente do MDB, o acordo foi feito com transparência, diante da ida de Caiado ao MDB, mas que isso também ocorre nos bastidores. Questionado a respeito de um vídeo em que criticou o atual governador, Daniel declarou que não vê problema em seus posicionamentos políticos.
“Se você entrar nas minhas redes sociais, todos os posicionamentos estão lá. Não sou daquele político que muda e apaga tudo que diz. Em janeiro de 2019 era uma situação, hoje nós vivemos uma outra situação. Acho que o governador conseguiu superar desafios e conseguiu ser positivo em muitas ações”.
Ricardo Lima / Fonte: Denys de Freitas “Rádio Sagres”