Maioria dos ministros do tribunal tornou o ex-presidente inelegível por oito anos
O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou na tarde desta sexta-feira, 30, sobre a sua inelegibilidade, que foi definida horas antes pela maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para ele, a decisão judicial enfraquece o processo democrático do país.
Em entrevista coletiva, Bolsonaro fez paralelo da data de hoje com o 6 de setembro de 2018, ocasião em que foi esfaqueado por Adélio Bispo, durante passeata em Juiz de Fora (MG). “Passa a ser um dia emblemático para mim”, disse o ex-presidente da República.
“Levei uma facada pela frente”, disse Bolsonaro, ao lembrar do episódio ocorrido no interior mineiro há quase cinco anos. “Hoje levei uma apunhalada com essa decisão”, prosseguiu, antes de enfatizar que entende que não foi o único prejudicado pelo parecer da Justiça Eleitoral: “Quem levou uma apunhalada não foi Jair Bolsonaro, foi a democracia brasileira.”
Ao se manifestar sobre a inelegibilidade definida, Bolsonaro avisou: não está morto em termos políticos.
A condenação de Bolsonaro pelo TSE:
O partido de esquerda PDT foi o responsável por abrir o processo que serviu para o TSE condenar Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos. De acordo com a acusação, o então presidente da República cometeu abuso de poder político e uso indevido dos veículos de comunicação ao receber embaixadores, no Palácio da Alvorada, e falar mal do sistema eleitoral do Brasil. O encontro foi transmitido pela emissora pública TV Brasil.
No TSE, cinco dos sete ministros votaram para condenar Bolsonaro:
- Benedito Gonçalves (relator da ação);
- André Ramos Tavares;
- Floriano de Azevedo Marques;
- Cármen Lúcia;
- Alexandre de Moraes (presidente do TSE).
Os outros dois ministros votaram para absolver o ex-presidente:
- Raul Araújo;
- Kássio Nunes Marques.
Por unanimidade, o TSE absolveu o general Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente em 2022 na chapa encabeçada por Bolsonaro. Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, ele foi denunciado na ação movida pelo PDT.
Ricardo Lima / Fonte: Anderson Scardoelli – Revista Oeste.