“Ele não vai inventar nada, até porque o que ele falar, vai ter que comprovar”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em entrevista à Folha publicada nesta quarta (13), que está “tranquilo” sobre o acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordem dele, o tenente-coronel Mauro Cid, com a Polícia Federal (PF). A conversa ocorreu no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde ele passou por uma cirurgia na terça (12).
“Ele foi de minha confiança ao longo dos 4 anos. Fez um bom trabalho. E tinha aquela vontade de resolver as coisas. O telefone dele, por exemplo, eu chamava de muro das lamentações. Não só militares, mas civis que queriam chegar a mim, vinham através dele”, declarou.
Bolsonaro afirmou, ainda, não temer a delação, pois Cid não participava de decisões políticas e de governo. E, ainda, que ele era um ajudante de confiança que cuidava das contas bancárias e algumas demandas da esposa, Michelle Bolsonaro (PL).
O ex-presidente ainda afirmou que Cid é “como um filho” e que pretende “dar um abraço” nele, em breve. “O Cid é uma pessoa decente. É bom caráter. Ele não vai inventar nada, até porque o que ele falar, vai ter que comprovar. Há uma intenção de nos ligar ao 8/1 de qualquer forma. E o Cid não tem o que falar no tocante a isso, porque não existe ligação nossa com o 8/1. Eu me retraí [depois da vitória de Lula], fiquei no Palácio da Alvorada 2 meses, fui poucas vezes à Presidência. Recebi poucas pessoas.”
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro teve homologada a delação premiada no último sábado (9). O acordo foi aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ricardo Lima / Fonte: Francisco Costa – Jornal “O Hoje”.