‘Será que esse voto eletrônico é usado no mundo todo? É tão confiável assim?’, questionou o presidente
Ao deixar o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, depois de receber alta médica, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o voto verificável já para as eleições de 2022.
Ele criticou o sistema atual de votação no Brasil, 100% eletrônico, e também o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que se opõe a qualquer mudança no processo eleitoral.
“Não entendo por que não querem o voto auditável. Será que esse voto eletrônico é usado no mundo todo? É tão confiável assim?”, indagou Bolsonaro.
“Tenho certeza de que a maioria de vocês não acredita no voto como está aí. As coisas evoluem. É igual banco. Eles buscam maneiras de evitar que hackers e bandidos entrem [no sistema].”
Bolsonaro lembrou que o sistema atualmente utilizado no Brasil “é dos anos 1990”. “Por que a vontade doida do [Luís Roberto] Barroso de manter o sistema como está?”, questionou o presidente. “A apuração tem que ser também pública. Temos que afastar aquela história de que quem ganha eleição não é quem vota, mas quem conta os votos. […] Por coincidência, quem faz o maior ativismo contra o voto auditável é o ministro Barroso, presidente do TSE.”
Bolsonaro também lançou dúvidas sobre as últimas pesquisas eleitorais, que apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como primeiro colocado.
“O outro cara [Lula], segundo o Datafolha, teria 46% agora e no segundo turno teria 60%. Vai tomar um café no bar para ver o que o povo vai achar dele”, ironizou.
Fundão eleitoral:
O presidente também comentou a aprovação, pelo Congresso Nacional, do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para as eleições do ano que vem, no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Pela primeira vez, Bolsonaro indicou que pode vetar o aumento do fundão.
“Eu sigo a minha consciência, sigo a economia e a gente vai buscar um bom sinal para isso tudo aí. Afinal de contas, eu já antecipo: R$ 6 bilhões pra fundo eleitoral, para financiamento de campanhas, pelo amor de Deus”, afirmou. “Os parlamentares aprovaram a LDO. É um documento enorme, com vários anexos, tem muita coisa lá dentro. Em um projeto enorme, alguém botou lá dentro essa casca de banana, essa jabuticaba.”
Ricardo Lima / Fonte: Fábio Matos “Revista Oeste”