Andrew Cuomo negou ter praticado abusos, mas afirmou que suas condutas foram inadequadas.
Acusado de assédio sexual por pelo menos 11 mulheres, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, do Partido Democrata, renunciou ao cargo nesta terça-feira, 10.
Em pronunciamento transmitido ao vivo pelas redes sociais e por emissoras de TV, Cuomo negou ter praticado qualquer abuso, mas afirmou que reconhece que algumas de suas condutas não foram adequadas e “ofenderam” as mulheres.
“Eu achei que um abraço, um elogio ou colocar o braço ao redor de uma das minhas funcionárias era amigável, mas ela considerou uma investida. Eu beijei a bochecha de uma mulher em um casamento, pensei que estava sendo gentil, mas ela achou agressivo”, tentou explicar o governador.
“Assumo responsabilidade pelas minhas ações. Abraço e beijo pessoas casualmente, homens e mulheres. Fiz isso minha vida toda. É quem eu sou desde que me lembro. Na minha cabeça, nunca ultrapassei a linha”, prosseguiu Cuomo.
O agora ex-governador de Nova York, que ganhou notoriedade e espaço na mídia norte-americana por sua atuação durante a pandemia de covid-19, perdeu apoio até mesmo dentro do Partido Democrata em função das denúncias de assédio sexual. Na Assembleia estadual, na qual os democratas têm maioria, o apoio ao impeachment vinha crescendo nos últimos dias.
No domingo 8, Cuomo já havia perdido sua assessora-chefe, Melissa DeRosa, que anunciou que estava deixando o cargo, em meio ao aumento da pressão sobre o ex-chefe.
Andrew Cuomo foi acusado de ter assediado sexualmente várias mulheres durante seu mandato, de acordo com a procuradora-geral de Nova York, Letitia James. A conduta do democrata é investigada desde março, quando duas ex-assessoras o acusaram de assediá-las no local de trabalho. Mais tarde, outras denúncias surgiram.
Com a renúncia do democrata, o Estado de Nova York será governado a partir de agora por Kathy Hochul, de 62 anos, é a primeira mulher a ocupar o cargo na história. Ex-deputada, Hochul era vice-governadora desde 2015.
Ricardo Lima / Fonte: Fábio Matos “Revista Oeste”