A Guarda Costeira americana confirmou que o todos os passageiros morreram e que o submarino teria implodido devido à perda de pressão na cabine
Segundo o Contra-Almirante Mauger o cone da cauda do submersível Titan foi encontrado a aproximadamente 500 metros da proa do naufrágio do Titanic e a 3 quilômetros abaixo da superfície terrestre. Outros destroços contribuem, segundo ele, com a teoria de uma perda catastrófica da câmara de pressão do veículo aquático.
Ao todo, foram encontrados cinco pedaços do submarino: o cone do nariz, a traseira do veículo e três partes da cabine de pressão. O contra-almirante, inclusive, negou que haja relação entre os barulhos ouvidos no oceano com o submarino.
A Guarda Costeira afirmou, ainda, que vai continuar investigando os destroços encontrados e o motivo do acidente.
No momento, nove embarcações trabalham nas investigações.
“Temos pessoal médico no local, temos outros técnicos no local e começaremos a desmobilizar o pessoal e as embarcações do local nas próximas 24 horas. Este é um ambiente incrivelmente difícil e perigoso para se trabalhar”, afirma o Contra-Almirante Mauger.
Entenda o caso:
Destroços do submersível Titan foram encontrados pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, na tarde desta quinta-feira (22). Segundo a imprensa norte-americana, partes do Titan já tinham sido encontradas na manhã de hoje por um veículo operado remotamente.
O submarino da empresa Ocean Gate iniciou uma expedição para visitar os restos do navio Titanic no domingo (18) e perdeu contato com o navio-mãe 1 hora e 45 minutos após a descida. Cinco pessoas tripulavam o submersível, cuja viagem custou cerca de R$ 1 milhão de reais.
Os tripulantes se encontraram na cidade de St. Jonhs, no Canadá, na manhã do domingo (18) e zarpou no navio Polar Prince em direção aos destroços do Titanic. São 740 quilômetros até o local. O Titan é equipado com três telas, um único botão, pequeno banheiro e a vista para o oceano, sendo controlado por uma manete.
Segundo o jornal The Guardian, viajavam no submarino Paul Henry Nargeolet, ex-comandante da marinha francesa, mergulhador profundo e piloto de submersíveis, e Stockton Rush, presidente executivo e fundador da OceanGate Expeditions, empresa que organizou a missão aos destroços do Titanic. Hamish Harding que têm três recordes mundiais do Guinness, incluindo a maior duração em profundidade do oceano por um navio tripulado. E Shahzada e Sulaiman Dawood, empresário e filho paquistaneses que moravam no Reino Unido.
Tripulantes do submarino teriam morrido de forma rápida; entenda o que pode ter acontecido com os corpos:
Passageiros não teriam tempo de sentir dor porque o fenômeno da implosão é instantâneo.
De acordo com Thiago Pontin Tancredi, engenheiro naval e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, os passageiros morreram de forma rápida porque a implosão é um fenômeno instantâneo. “Dificilmente esses tripulantes terão tempo de sentir alguma coisa. No momento em que o casco começar a amassar ele explode instantaneamente.”, esclareceu, em entrevista à Itatiaia.
“Provavelmente os ossos vão resistir (…). As possibilidades são remotas conseguir recuperar alguma coisa que a gente pudesse ter esperança. Certamente os corpos estarão bem mutilados, porque o metal vai adentrar os corpos”, informou o especialista em projetos estruturais de submarinos.
Pressão:
A embarcação Titan estava a uma pressão equivalente a 400 vezes a pressão atmosférica, ou seja, como se o ar com que temos contato fizesse 400 vezes mais força na embarcação. “É mais ou menos como se um elefante tivesse apoiado a cada cinco centímetros da embarcação”, explica o especialista.
O especialista também afirma que as chances de se recuperar os destroços de implosões são muito difíceis. “Certamente não será possível recuperar o submarino, né no sentido daquilo que se entende né recuperar fuselagem dele”
“A parte de titânio submarino provavelmente vai se comportar como aço e vai ficar retorcida. Então é esperado de se encontrar sessões titânio retorcidas”, explicou.
Ricardo Lima / Fonte: Mariana Cavalcanti /Ana Luisa Sales – Itatiaia