“A verdade é que temos um Governo Federal fraco e apático, que se omite diante dos problemas mais graves que afligem o povo brasileiro e se ajoelha diante do avanço do crime organizado”, disparou Caiado

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), afirmou que as explosões ocorridas nesta quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, constituem o retrato de um “país que está à deriva”. Segundo ele, a culpa do atentado que deixou uma pessoa morta é do Governo Federal, sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É o que tenho dito há alguns meses: com a falta de comando no país, na ausência de um líder forte, o extremismo e o crime organizado avançam. Num dia, faccionados se acham no direito de assassinar à luz do dia em pleno Aerporto Internacional de Guarulhos. Três dias depois, assistimos, incrédulos, atentados contra a vida e a ordem, em atos terroristas na Suprema Corte e no Congresso Nacional”, disse Caiado nas redes sociais.
Opositor político de Lula e candidato à Presidência da República em 2026, o governador de Goiás diverge do presidente em relação a diversos temas, mas principalmente em relação à segurança, principal bandeira de Caiado. O último caso de embate entre os dois aconteceu em relação à proposta de emenda à Constituição (PEC), apresentada por Lula aos governadores. Contrariando Caiado, a PEC prevê dar mais poderes para a Polícia Federal e também criar uma nova polícia ostensiva, como a polícia militar, mas sob a alçada da União.
Para o governador de Goiás, o Governo Federal é “fraco e apático”, se omite diante dos problemas mais graves que afligem o povo brasileiro e se ajoelha diante do avanço do crime organizado e do extremismo. “É preciso agir de forma dura e enérgica, sob pena de nos transformarmos num país comandado pelo crime organizado e pela desordem”, finalizou Caiado.
Ataque:
As explosões ocorreram por volta das 19h30 da última quarta-feira, 13. Primeiro, foram detonados explosivos em um carro estacionado no anexo 4 da Câmara dos Deputados, próximo ao STF. Em seguida, houve e explosão de artefatos no corpo do autor do ataque, em frente à sede do Supremo.
A suspeita é de que o autor e o dono do carro ligado à explosão seja o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, Santa Catarina.

O carro envolvido no incidente pertencia a Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador em 2020 pelo Partido Liberal (PL), mas ainda não há a confirmação oficial de que o dono do veículo é o mesmo do homem encontrado morto.
O homem que morreu era de Santa Catarina, tinha 59 anos e estava no Distrito Federal há cerca de quatro meses. À Justiça Eleitoral em 2020, ele informou também ser casado e ter ensino médio incompleto. Não há registro de outras candidaturas dele a cargos públicos desde então. Nas redes sociais, ele se apresentava como empreendedor, investidor e desenvolvedor.

Investigações preliminares apontam possíveis vínculos entre o indivíduo e os atos de 8 de janeiro, que incluíram ataques contra instituições democráticas. Essa situação lança nova pressão sobre o PL e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que vem tentando dissociar-se das acusações relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

A suspeita é de que o evento tenha sido planejado, dado que ele havia visitado o STF recentemente, possivelmente em reconhecimento do local.
Ricardo Lima / Fonte: Giovanna Campos – “Jornal Opção”.