Operação policial acontece em Goianápolis, Trindade e Abadia de Goiás para desarticular rede criminosa
Na manhã desta terça-feira, 5, a Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério da Previdência Social, deflagrou a Operação Gatuno, destinada a combater fraudes milionárias no Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado para idosos em situação de vulnerabilidade. Segundo a PF, a ação visa desmantelar um esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 1,5 milhão dos cofres públicos e, se não fosse interrompido, poderia resultar em um prejuízo estimado em mais de R$ 2 milhões.
O esquema envolvia uma rede de falsificadores e idosos que, mediante documentos falsificados, simulavam condições de vulnerabilidade social para garantir o recebimento dos benefícios. A operação mobilizou agentes para cumprir 13 mandados judiciais, incluindo quatro de prisão preventiva e nove de busca e apreensão, além do sequestro de bens dos investigados.
As ações foram concentradas nas cidades goianas de Goianápolis, Trindade e Abadia de Goiás, locais onde residem e atuam os principais suspeitos.
Fraudes e rede criminosa:
De acordo com informações preliminares da PF, os suspeitos manipulavam documentos oficiais para criar perfis falsos de idosos em situação de necessidade. O grupo criminoso montava um histórico fictício para os beneficiários, mascarando a realidade para atender aos requisitos do BPC, benefício assistencial destinado a pessoas com deficiência e idosos com renda familiar per capita abaixo de um quarto do salário mínimo.
O esquema contava com uma rede de apoio que incluía falsificadores especializados. Os documentos adulterados passavam por uma “maquiagem” que transformava pessoas sem direito ao benefício em supostos idosos em situação de pobreza.
Durante a operação, uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, o que adiciona outra acusação ao suspeito. A PF também apreendeu R$ 40 mil em cheques, supostamente provenientes das fraudes, e documentos que ajudarão a entender a extensão das atividades ilícitas do grupo.
A Operação foi batizada de “Gatuno”, termo que faz alusão a um estilo de vida furtivo, característico dos investigados, segundo a PF.
Ricardo Lima / Fonte: Tathyane Melo – Jornal “Opção”.