Por Ricardo Lima
Publicado em 12/09/2025
Galvão Bueno está de volta às transmissões esportivas. E isso, por si só, já é uma notícia que mexe com qualquer um que tenha crescido, ou amadurecido, ouvindo futebol pela televisão. Narrador de 10 Copas do Mundo, voz de momentos eternos da Seleção Brasileira, personagem central na história do jornalismo esportivo nacional. Galvão é mais que um narrador: é um símbolo.
Depois de uma despedida emocionante na Copa do Catar, em 2022, Galvão surpreende ao fechar com o SBT para narrar a Copa do Mundo de 2026. Um retorno que pode até parecer um “revival”, mas que, na verdade, soa como um acerto inevitável. O futebol ainda precisa dele e o público também.
Falo isso não só como jornalista esportivo, mas como alguém que teve o privilégio de trabalhar com Galvão Bueno. Em um projeto especial de rádio e televisão aqui em Goiás, liderado pelo também brilhante jornalista Jorge Kajurú, pude acompanhar de perto o profissionalismo e a paixão que Galvão coloca em tudo o que faz. Fora dos estúdios, em viagens internacionais cobrindo eventos esportivos, confirmei o que já se sabia, ele é carismático, generoso e absolutamente respeitado por colegas, atletas e dirigentes mundo afora.
Esse retorno não é apenas um movimento estratégico do SBT que, aliás, acerta em cheio ao apostar na força da nostalgia aliada à credibilidade. É também um presente ao torcedor brasileiro, que voltará a ouvir aquele “haja coração” em jogos da Seleção e, quem sabe, na grande final do torneio.
O contrato, intermediado pela NSports, prevê Galvão narrando partidas da Seleção Brasileira, confrontos importantes e, claro, a final da Copa. Além disso, Tiago Leifert estará na cobertura com programas especiais e outras narrações, compondo um time que promete uma transmissão vibrante.
Vale lembrar que o SBT dividirá os direitos da Copa de 2026 com a Globo e com a CazéTV, o que reforça a pluralidade de opções para o público. Mas sejamos francos, nenhuma outra transmissão trará a mesma carga emocional que uma narração de Galvão Bueno.
É curioso pensar como ele, mesmo após mais de 40 anos de carreira, ainda desperta reações tão fortes, a favor ou contra. Mas talvez esse seja o maior mérito de um comunicador: jamais passar despercebido.
Se existe uma voz que ecoa na memória do torcedor brasileiro, é a dele. Seja no “É tetra!”, no “Vai que é sua, Tafarel!”, no “Ayrtonnnn Senna do Brasillll” e até mesmo nos silêncios dramáticos que só ele sabe fazer. Galvão narra com a alma e por isso continua insubstituível, mesmo em tempos de transmissões digitais, inteligência artificial e algoritmos que nos sugerem o que ver e ouvir.
Seu retorno em 2026 é, ao mesmo tempo, um reencontro com o passado e uma aposta no futuro. É um convite para assistir à Copa com os olhos no campo, mas com o coração no microfone.
E que bom que vamos ouvir mais uma vez aquela voz que, de tantas formas, também é a nossa.
Seja bem vindo de volta, grande Galvão Bueno.
Ricardo Lima