O Governo de Goiás e o Grupo Construcap apresentaram oficialmente, nesta quarta-feira (10/12), o projeto de modernização do Complexo Serra Dourada, que receberá mais de R$ 300 milhões em investimentos privados. A proposta marca uma nova fase para um dos principais equipamentos públicos do Estado, que será transformado em um polo de uso diário, integrando esporte, lazer, cultura e turismo em Goiânia.
O complexo permanecerá como bem público, mas sua operação será conduzida pela Construcap pelos próximos 35 anos. O modelo de concessão não utiliza recursos públicos e, segundo o governo, garante transparência, investimentos contínuos e desoneração estimada em R$ 1 bilhão ao longo do contrato. O projeto foi apresentado ao Estado em novembro e está em fase de aprovação. A previsão é de que as obras comecem em maio de 2026.
Presente na cerimônia de lançamento, o governador Ronaldo Caiado afirmou que Goiás “terá a estrutura para eventos mais moderna do país”. Caiado lembrou que o estádio foi inaugurado há 50 anos, na gestão do então governador Leonino Caiado e destacou a importância da revitalização do espaço. “Somos uma capital de grandes eventos. Grandes shows e grandes jogos poderão vir para Goiás”, afirmou.
O vice-governador Daniel Vilela, que esteve à frente das negociações para a concessão do complexo, destacou a transformação que será feita em toda a área do Serra Dourada e disse que espera que o projeto seja aprovado e iniciado “o mais rápido possível”. O evento de lançamento autoridades municipais e estaduais e representantes de entidades empresariais e esportivas.
Expectativa:
Para evitar paralisação das atividades no Serra Dourada, as intervenções foram planejadas em etapas. Mesmo com o prazo de 24 meses de obras no estádio, a agenda de eventos será mantida, com uso do estacionamento e do ginásio, que receberá melhorias rápidas sem suspender a programação por longos períodos.
A expectativa é que, a partir de 2030, o novo complexo movimente R$ 1 bilhão por ano na economia local. Estão previstos 2.500 empregos diretos e indiretos até 2028, número que deve subir para 3.000 após a conclusão das obras. O local também deve consolidar uma agenda anual de mais de 150 eventos e atrair 3 milhões de visitantes.
Novo estádio:
O projeto arquitetônico prevê a preservação da identidade brutalista e das marquises criadas por Paulo Mendes da Rocha, vencedor do Prêmio Pritzker, integrando o patrimônio a uma estética contemporânea inspirada no Cerrado. A capacidade será de até 44 mil pessoas em jogos e 60 mil em grandes shows.
Entre as intervenções previstas estão:
Nivelamento completo do anel de circulação, ampliação de banheiros, catracas com reconhecimento facial e acesso contínuo;
Criação de mais de 60 camarotes, incluindo unidades no nível do gramado — padrão popularizado na NFL e inédito no Brasil, além de suítes climatizadas e novos lounges;
Reformulação total da área de alimentação, com cozinhas industriais, novos bares fixos e restaurantes;
Nova doca coberta e túnel ampliado (6m x 4m) para entrada de carretas diretamente no campo, agilizando a montagem de shows.
Goiânia Arena:
O ginásio passará por uma renovação completa, com fachada tecnológica em painéis de LED, reestruturação acústica e uma nova cobertura integrada ao conceito visual do Serra Dourada. O interior receberá 29 novos camarotes, áreas de hospitalidade, cozinha industrial e acesso para caminhões, permitindo eventos de grande porte em modalidades como basquete, vôlei e futsal, além de shows.
Parque Urbano:
A área externa, hoje usada majoritariamente como estacionamento, será convertida em um hub de esporte e lazer. Serão implantadas quadras poliesportivas, equipamentos de ginástica e um parque linear com ciclovia e pista de corrida de mais de 3 km, abertas ao público diariamente.
O paisagismo valorizará a vegetação nativa do Cerrado, com o plantio de cerca de 800 mudas de ipês e outras espécies da região, além da substituição de gramados por forrações mais resistentes ao clima.
Novos negócios:
O projeto prevê que o novo complexo será estruturado como um “Hub de Economia Criativa”, com fibra óptica, cobertura 5G e um moderno centro de controle operacional. O projeto inclui estudos para instalação de placas solares, uso de energia renovável, novos sistemas de drenagem e gestão de resíduos com foco em reciclagem, compostagem e geração de energia.
O empreendimento também abre espaço para negociações de Naming Rights e Sector Rights do estádio, arena e parque, além de um sistema de mídia externa com painéis de LED integrados ao ambiente urbano.
Para o presidente da Construcap, Roberto Capobianco, o projeto vai além da revitalização física. “O Complexo Serra Dourada reafirma o protagonismo de Goiás, valorizando a vocação do Estado para música e esporte, e ampliando seu potencial em cultura, turismo, lazer, negócios, inovação e sustentabilidade”, afirmou.
Raio X de como será o novo Complexo Esportivo do Estádio Serra Dourada e do Goiânia Arena:
*Investimento: R$ 300 milhões (100% privado) nos primeiros 30 meses
*Gestão: Concessão por 35 anos ao Grupo Construcap
*Cronograma: Obras entre maio de 2026 e maio de 2028, com fase evolutiva de inovação ao longo do contrato
*Capacidade do estádio: 44 mil (jogos) / 60 mil (shows)
*Estacionamento: 4.177 vagas reorganizadas
*Empregos: 3.000 diretos e indiretos na fase plena de operação
*Impacto econômico: R$ 1 bilhão por ano a partir de 2030; desoneração de R$ 1 bilhão ao Estado ao longo da concessão.
Lançamento do ‘novo’ Serra Dourada reúne dirigentes de Goiás, Vila Nova e Atlético:
Com requalificação do Serra Dourada, governo espera movimento anual de R$ 1 bilhão na economia de Goiás a partir de 2030
Dirigentes dos principais times de futebol do Estado estão reunidos no evento em que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vai detalhar a transferência do Complexo Serra Dourada à iniciativa privada, na tarde desta quinta-feira (10).
Sentados lado a lado o presidente do Vila Nova, Fábio Brasil; o CEO do Goiás, Leonardo Pacheco; e o presidente da SAF do Atlético Goianiense, Adson Batista.
O governo espera que, sob a gestão da iniciativa privada, o Serra Dourada se transforme em um dos principais polos de entretenimento, cultura e esporte do Brasil, com previsão de início das obras em maio de 2026.
Com a requalificação, o Estado projeta um movimento anual de R$ 1 bilhão na economia de Goiás a partir de 2030, além da consolidação de uma agenda com mais de 150 eventos e 3 milhões de visitantes por ano. O efeito no mercado de trabalho será crescente, superando 3 mil postos de trabalho após a conclusão da reforma.
Ricardo Lima / Fontes: “A Redação” e “Mais Goiás”.

