Segundo informações iniciais, a causa da morte foi complicações relacionadas ao enfisema pulmonar
O cartunista Jorge Braga, um dos grandes nomes da ilustração brasileira, faleceu nesta terça-feira (1), aos 68 anos. O jornalista é natural de Minas Gerais, mas teve uma trajetória marcante em Goiás desde os anos 1970, Braga deixou um legado reconhecido pelas suas charges e quadrinhos. A morte, segundo informações iniciais, foi causada por complicações relacionadas ao enfisema pulmonar. O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, manifestou pesar pela perda do artista. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás (Sindjor-GO).
Reconhecido como um dos maiores nomes do cartum no Brasil, Jorge Braga começou a desenhar ainda enquanto aprendia a ler e escrever. Foi nos primeiros anos escolares que sua paixão pelos quadrinhos veio à tona. Com apenas 13 anos, ele deu os primeiros passos rumo à carreira profissional ao publicar desenhos em um jornal da escola. “Atuo como cartunista há 48 anos — e com registro em carteira”, costumava dizer, em tom bem-humorado. Desde os 16 anos, quando se mudou para Goiânia, passou por diversas redações de jornais da capital.
Braga relembra que o talento para os traços surgiu ainda na infância, em sua cidade natal, Patos de Minas (MG). Em 1973, ele fez sua estreia oficial no jornal goiano Cinco de Maio, onde iniciou sua trajetória nos quadrinhos de forma mais estruturada. Foi também nessa fase que surgiu a ideia que mais tarde daria origem à Gibiteca Jorge Braga. Para a inauguração do espaço, ele doou os primeiros 1.700 gibis de sua coleção pessoal.
Entre os personagens criados por ele, destacam-se o Super Badião — um típico vendedor de pequi da Praça do Bandeirante —, Romãozinho — figura inspirada em suas lembranças de infância — e Perebão — um herói brasileiro que enfrenta criminosos e também o sistema que solta os presos que ele captura. Ao longo da carreira, Jorge produziu milhares de charges abordando temas variados, sempre com crítica afiada e humor marcante.
A Gibiteca Jorge Braga, única do tipo em todo o estado de Goiás, foi inaugurada em 22 de setembro de 1994 pelo governo estadual. Desde então, o espaço se tornou referência para os amantes dos quadrinhos. Atualmente, a gibiteca abriga mais de 6 mil exemplares, incluindo edições raras e históricas.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado lamentou a morte do jornalista.
NOTA DE PESAR:
“Gracinha e eu lamentamos profundamente a morte de Jorge Braga, ocorrida nesta terça-feira (1º/7).
Muito se pode dizer de Jorge Braga. Que foi chargista, ilustrador, cartunista, cronista, jornalista, ativista cultural. Digo que foi sobretudo um artista que, como poucos, retratou com humor e crítica refinados os principais acontecimentos das últimas cinco décadas; da política ao esporte, passando pela cultura e comportamento. E não só em Goiás.
Durante a maior parte da sua carreira emprestou seu talento e sua sagacidade ao jornal O Popular, onde diariamente nos informava e divertia. Nos últimos meses estava afastado do jornal para cuidar da saúde e já fazia falta. Vai continuar fazendo falta.
Embora não fosse goiano de nascimento (era natural de Patos de Minas), Jorge Braga há muito se consolidou como uma das maiores personalidades culturais da história de Goiás. Ainda em 1994 foi justamente homenageado com a criação da Gibiteca Jorge Braga, no Centro Cultural Marietta Telles Machado, mantida pelo Governo de Goiás. Fica aqui meu compromisso de continuar cuidando deste importante equipamento cultural para que sua memória seja sempre honrada.
Deixo aqui também a minha solidariedade e meu abraço fraterno aos familiares, amigos e colegas de profissão. Que Deus conforte os corações de todos.
Ronaldo Caiado
Governador de Goiás”
Ricardo Lima / Fonte: Maria Eduarda Leão – Jornal “O Hoje”.