O ex-prefeito de Trindade tem o apoio do vice-governador e de um partido coeso, o MDB. E pode ser avalizado pela base governista
Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo MDB, Jânio Darrot tem ou não um exército eleitoral para ampará-lo?
O ex-prefeito de Trindade não está sozinho nem foi abandonado. O vice-governador Daniel Vilela, presidente do MDB, está operando para torná-lo mais conhecido e inserido na vida da capital.
Há, basicamente, alguns tipos de articulação.
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Primeiro, a movimentação desta semana tem o objetivo de firmar a ideia de que Jânio Darrot será candidato ou até é candidato. Noutras palavras, não está parado. Está articulando e abrindo diálogo com as forças políticas da capital. Quer dizer, está em movimento. Vivo. Vivíssimo.
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Segundo, está se apresentando também aos chamados setores organizados da sociedade.
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Terceiro, e crucial, a movimentação é a prova de que, insistindo, o pré-candidato tem uma força política a sustentá-lo.
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Quarto, detectou, por meio de pesquisas e diálogos, um ligeiro enfraquecimento do senador Vanderlan Cardoso, o pré-candidato do PSD a prefeito de Goiânia.
Ao se aproximar da pré-candidata do PT a prefeita, Adriana Accorsi, o senador do PSD contribuiu para fortalecê-la. Por outro, o enfraqueceu em dois eleitorados: o evangélico (que se mantém distante do presidente Lula da Silva) e o conservador (bolsonarista, mas não necessariamente evangélico). Ressalte-se que nem todos os eleitores evangélicos são de direita ou conservadores…
Neste momento, de fragilidade de Vanderlan Cardoso, surge a oportunidade para um pré-candidato que, além de moderado — e não esquerdista —, é assimilado pela sociedade como gestor. Não à toa diz-se, à boca pequena, que Jânio Darrot é o Vanderlan Cardoso de Trindade.
Mais: além de gestor, é uma espécie de Vanderlan Cardoso com apoio. Além de bancado pelo MDB, partido que tem o vice-governador — e provável candidato a governador de Goiás, em 2026 —, Jânio Darrot tem a simpatia de amplos setores da base governista.
Se Jânio Darrot for assumido como candidato pela base governista, entre fevereiro e março, então terá um dos mais poderosos exércitos eleitorais da história de Goiânia. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do Uniao Brasil, é bem avaliado na capital. Ou seja, numa cidade que, dada sua politização, nunca se sentiu à vontade alinhando-se com o gestor estadual.
Em suma, Jânio Darrot, com a força do MDB, está no jogo. As movimentações de Daniel Vilela, Haroldo Naves, Pedro Chaves, Paulo Ortegal, Ana Paula Rezende (que conversou demoradamente com o pastor Gentil e com o vereador Welton Lemos), Leandro Vilela, Euler Morais, Agenor Mariano, entre outros, indica que o ex-prefeito entrou no jogo… e para ser titular absoluto.
Fala-se que Mayara Barcellos , ou Ana Paula Rezende, pode ser vice de Jânio Darrot. Ou seja, de cara, o pré-candidato do MDB aparece, se se pode dizer assim, com duas possíveis vices consistentes. A primeira é mulher de Gustavo Mendanha e uma evangélica respeitada em Goiânia e Aparecida. A segunda é filha de Iris Rezende, um ícone da política da capital. São diferenciais para o postulante emedebista.
Fica-se a ressalva de que, se obtiver o apoio da base governista, por certo Jânio Darrot terá de acolher um vice, quem sabe, do União Brasil. (E.F.B.)
Ricardo Lima / Fonte: Euler França Belém – Jornal “Opção”.