Radialista foi morto com cinco tiros ao sair do trabalho em Goiânia, em julho de 2012; cinco acusados respondem pelo crime
Foi adiado nesta terça-feira (14) o júri popular contra cinco acusados de matar o radialista Valério Luiz em 2012. Um dos jurados deixou o isolamento e saiu do hotel, o que é considerado “quebra da isenção”. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, ele teria passado mal nesta madrugada e saído por conta própria para tomar um remédio. O novo julgamento foi marcado para 5 de dezembro.
“O mal-estar e a falta de condições para participar da sessão foram constatados, já em plenário, por médico do TJGO. Ressalta ainda que não há necessidade de segurança no hotel, visto que qualquer tipo de ameaça a jurado já invalidaria sua participação, que precisa ser isenta. A manutenção da incomunicabilidade é feita por oficial de Justiça. No entanto, observa que não houve qualquer prejuízo processual, uma vez que foi dissolvido o Conselho de Sentença”, informou nota.
O júri já foi adiado três vezes. A data inicial do julgamento era junho de 2020, mas foi passada para 14 de março de 2022 em razão da pandemia. A nova mudança ocorreu porque o advogado Ney Moura Teles, que representava o réu Maurício Sampaio, renunciou à defesa, passando a data para 2 de maio. A última alteração previa o evento para esta segunda-feira (13).
A previsão era de que o julgamento teria duração de três dias. A análise do júri ocorria no plenário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), no setor oeste de Goiânia. A audiência teria cerca de 30 testemunhas, das quais cinco seriam de acusação, e cada réu teria outras cinco de defesa. O juiz Lourival Machado, da 2ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, presidia o julgamento.
O caso
O jornalista esportivo Valério Luiz de Oliveira morreu após ser baleado com cinco tiros dentro do carro, quando saía da emissora de rádio em que trabalhava, no setor Serrinha, em Goiânia, na tarde de 5 de julho de 2012. De acordo com o Ministério Público, a motivação do crime seriam as duras críticas do jornalista ao Atlético Clube Goianiense e à gestão de Maurício Sampaio, que na época era vice-presidente do clube.
A denúncia foi feita em 27 de fevereiro de 2013, sendo aceita pela Justiça três dias depois. Maurício Sampaio, Urbano de Carvalho Malta, Marcos Vinícius Pereira, Djalma Gomes da Silva e Ademá Figueiredo Aguiar Silva foram pronunciados em agosto de 2014 e respondem pelo crime de assassinato.
Jurado passa mal e júri é adiado para dezembro:
A nova sessão foi marcada para o dia 5 de dezembro
O TJ-GO informou que o julgamento dos acusados de matar o radialista Valério Luiz foi adiado mais uma vez. A nova sessão foi marcada para o dia 5 de dezembro.
“Triste notícia a dar a todos. A nossa sessão infelizmente se encerra agora. Vou ser obrigado a dissolver o conselho de sentença. Um jurado passou mal e não tem condições de continuar. Nova data no dia 5 de dezembro”, disse o Juiz Lourival Machado.
Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava. Conforme o Ministério Público, o assassinato foi motivado pelas críticas constantes de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, da qual Maurício Sampaio, um dos réus, era vice-diretor. Atualmente, ele é vice-presidente do Conselho de Administração.
O julgamento foi adiado pela primeira vez em junho de 2020, quando foi marcado pelo juiz Lourival Machado, mas desmarcado por causa da pandemia do coronavírus. Depois, não aconteceu porque o advogado de Maurício Sampaio deixou a defesa em cima da hora. O terceiro adiamento aconteceu em 2 de maio deste ano após os advogados de Maurício Sampaio abandonaram o plenário alegando que o juiz Lourival Machado não era imparcial para presidir a sessão.
Os cinco acusados do crime são:
Maurício Sampaio, apontado como mandante;
Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueiredo para cometer o homicídio contra o radialista;
Ademá Figueiredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos que mataram Valério;
Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio do radialista;
Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações.
Ricardo Lima: Fonte/Victória Olímpio R7 / Letícia Graziely DM