O Estado já registrou mais de 15 mil casos de Covid-19 em crianças abaixo de 10 anos, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO). Destas, 13 vieram a óbito. Já na faixa etária entre 10 e 14 anos, foram oito mortes registradas. A SES não informou o número crianças internadas em UTIs ou enfermaria. Felizmente, diversas outras crianças têm conseguido responder bem ao tratamento da doença.
Geralmente as crianças apresentam quadros mais simples e é raro termos de gravidade como esta. Durante este mês, pelo menos outras cinco crianças foram diagnosticadas com Covid-19 e passaram por internações na unidade de Aparecida, sendo duas em UTI. A última testagem feita pela SES em crianças e adolescentes, no último dia 6, mostrou que todos que testaram positivo à doença eram ou foram assintomáticos.
Foram realizados 1.780 testes e o balanço preliminar feito no primeiro dia de testagem mostrou que a taxa de positividade foi de 13,6%.
Para o médico infectologista, Marcelo Daher, este resultado precisa ser visto de forma crítica. “Isso é uma triagem que mostra que a criança e o adolescente já se expuseram ao vírus. É importante testar, mas é um exame meio cara ou coroa, já que os testes sorológicos têm sensibilidade de 50%. Por isso, se deve ter um certo critério sobre qual a real utilidade deles e é difícil avaliar o que isso representa”, opina. O profissional ressalta que os testes sorológicos existentes no Brasil atualmente, não são de boa qualidade.
“Várias pessoas que tiveram a doença, até apresentando sintomas, e fizeram o RT-PCR que deu positivo, obtiveram resultado negativo e inconsistente nos testes sorológicos, que são os testes rápidos utilizados na campanha”, explica. Neste contexto, explica, a transmissão do vírus por parte dos assintomáticos, que passam a doença de forma silenciosa, não é tão alta quanto os que demonstram sintomas, por ter uma carga viral menor. Entretanto, o infectologista esclarece que o papel da criança na transmissão, apesar de ainda não estar tão claro, é menos importante na transmissão da doença, que jovens e adultos.
Ricardo Lima / Fonte: “Jornal O HOJE”