O torcedor goiano viu neste domingo (19) mais um capítulo preocupante da atual fase do Goiás Esporte Clube na Série B do Campeonato Brasileiro. Em pleno Estádio Hailé Pinheiro, o Verdão foi derrotado por 3 a 1 pela Chapecoense, em partida válida pela 33ª rodada da competição. O resultado negativo marcou a estreia do técnico Fábio Carille e fez o time despencar para a 6ª colocação na tabela.
A equipe esmeraldina chegou ao seu sexto jogo consecutivo sem vitória. Com 52 pontos, foi ultrapassada por Criciúma, Novorizontino, Remo e a própria Chapecoense, que agora somam 54 pontos. O Coritiba lidera com 57. Faltando apenas cinco rodadas para o fim da Série B, o Goiás saiu do grupo de acesso e agora depende de uma reação imediata para seguir sonhando com o retorno à Série A.
A derrota na Serrinha escancarou a fase turbulenta do clube. A Chapecoense não tomou conhecimento e abriu o placar logo aos 4 minutos com Walter Clar, em cobrança de pênalti. No segundo tempo, Marcinho ampliou aos 6 minutos. O Goiás chegou a reagir com Anselmo Ramon aos 23, mas Ítalo marcou o terceiro dos catarinenses aos 41, decretando a vitória visitante.
Além do mau desempenho em campo, o clima entre torcida e time azedou de vez. Vaias, gritos de protesto e cobranças duras ecoaram nas arquibancadas da Serrinha, com torcedores gritando “timinho” após o apito final. A imprensa esportiva local e até conselheiros do clube começam a questionar o que está acontecendo com um elenco que passou grande parte do campeonato dentro do G-4 e chegou a liderar a competição em várias rodadas.
Fábio Carille, que recém assumiu o comando, preferiu adotar um tom de cautela em sua entrevista coletiva. O treinador reconheceu os erros da equipe, mas reforçou que ainda acredita no acesso.
“É um time de homens e que eu acredito que posso resgatar. São cinco decisões que temos e a partir de amanhã buscar a recuperação lá em Criciúma, que é o nosso próximo jogo. Acredito até o fim e não tem nada encerrado”, afirmou.
Carille apontou falhas claras, como a lentidão na troca de passes e as decisões equivocadas no ataque. Segundo ele, o pênalti cometido por Moraes no início do jogo desestabilizou o time logo de cara.
“Começamos a jogar bolas para a área de qualquer jeito, se desfazendo da bola. Isso não pode acontecer. Não adianta desespero agora, precisamos de muita concentração de todos para reverter essa situação”, completou.
Com cinco confrontos pela frente, o Goiás ainda depende apenas de si para alcançar o acesso, mas não pode mais errar. Os próximos compromissos são decisivos: enfrenta o Criciúma fora de casa no próximo sábado (25), depois recebe o Athletico-PR, visita o Cuiabá, joga em casa contra o Novorizontino e fecha a campanha contra o Remo fora.
A reta final promete tensão. Se quiser voltar à Série A, o Verdão precisa se reencontrar com a vitória e recuperar a confiança de sua torcida, que já começa a perder a paciência com a queda de rendimento na hora mais decisiva do campeonato.
Ficha Técnica:
Goiás 1×3 Chapecoense
Local – Estádio Hailé Pinheiro
Renda – R$ 159.057,50
Público Pagante – 9.737
Público Presente – 11.053
Árbitro – Marcelo de Lima Henrique (CE)
Assistentes – Renan Aguiar da Costa (CE) e Yuri Rodrigues Cunha (CE)
Árbitro de Vídeo – Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Goiás – Tadeu; Diego Caito (Baldória), Messias, Lucas Ribeiro e Moraes; Marcão, Rodrigo Andrade (Brayann) e Juninho (Rafael Gava); Jajá (Welliton), Anselmo Ramon e Wellington Rato (Jean Carlos). Técnico: Fábio Carille.
Chapecoense – Rafael Santos; Victor Caetano, Eduardo Doma e João Paulo; Everton (Gabriel Inocêncio), Walter Clar, Jorge Jiménez, Rafael Carvalheira (Bruno Leonardo) e Giovanni Augusto (Márcio Augusto); Marcinho (Ítalo) e Neto Pessoa (Perotti). Técnico: Gilmar dal Pozzo.
Ricardo Lima