A data foi instituída com o objetivo de difundir essa importante modalidade terapêutica, que utiliza o cavalo como agente promotor de benefícios em nível físico e psíquico
No dia 9 de agosto é celebrado o Dia Nacional da Equoterapia. A data comemorativa foi instituída em outubro de 2009, por meio da Lei nº 12.067. Conforme a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), o marco tem o objetivo de difundir essa importante modalidade terapêutica, que utiliza o cavalo como agente promotor de benefícios em nível físico e psíquico. Nesse dia especial, instituições e especialistas ressaltam o quão importante é esse tratamento para inúmeras pessoas, de diferentes idades, principalmente para as que possuem deficiências físicas ou mentais e/ou com necessidades especiais.
Segundo a ANDE-BRASIL, a prática de Equoterapia objetiva a obtenção de benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais. O método terapêutico é indicado para os diversos quadros clínicos, como doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares e clínico-metabólicas. O tratamento também é indicado para pessoas com sequelas de traumas e cirurgias, doenças mentais, distúrbios psicológicos e comportamentais. Pessoas com distúrbios de aprendizagem e de linguagem também podem praticar a terapia assistida por cavalos.
A ANDE-BRASIL explica que a prática terapêutica é realizada a partir de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. Essa multidisciplinaridade busca promover o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. Além disso, a interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima. Ainda de acordo com a Associação, a Equoterapia garante inúmeros benefícios aos praticantes.
Benefícios:
De acordo com o coordenador de Equoterapia, Luciano Cedraz, do Campus de Planaltina, do Instituto Federal de Brasília (IFB), a atividade exige a participação do corpo inteiro e emprega o cavalo como agente promotor de ganhos a nível físico e psíquico. “A Equoterapia reúne exercícios de coordenação motora, flexibilidade, concentração e agilidade para desenvolver a força muscular e promover um maior equilíbrio mental e corporal. Trata-se de um método terapêutico e educacional, que visa não apenas benefícios na saúde dos seus praticantes, mas também de aprendizagem e comportamento”, afirma.
O coordenador destaca que os benefícios são de ordem biopsicossocial. “Físico, emocional, psicológico, de comportamento, de aprendizagem na escola. A Equoterapia melhora o equilíbrio e a postura, além da mobilização pélvica, da coluna lombar e articulações do quadril”, ressalta. Segundo Luciano, a terapia assistida por cavalos também melhora a integração sensorial e motora. “Desenvolve a coordenação de movimentos entre tronco, membros e visão, e estimula a sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa”, explica o coordenador Luciano Cedraz.
Cavalo:
A professora e fisioterapeuta Gilse Araruna do Campus Planaltina, do IFB, esclarece porque o cavalo foi escolhido para praticar a Equoterapia. “O cavalo foi escolhido por possuir uma gama de estímulos eficazes. Ele influencia, através do movimento, o desenvolvimento motor, psíquico, cognitivo e social do praticante”, explica. Segundo a instrutora, o movimento do cavalo é tridimensional. “Ao caminhar, o centro de gravidade do cavalo é deslocado tridimensionalmente, resultando em um movimento similar ao da marcha humana com movimentos alternados dos membros superiores e da pelve”, afirma.
A fisioterapeuta orienta que a primeira manifestação que o praticante tem ao subir no cavalo é o ajuste tônico. “Consiste na adaptação automática a cada movimento que o cavalo faz, porque o cavalo nunca está totalmente parado. A troca de apoio das patas, o deslocamento da cabeça ao olhar para os lados, as flexões da coluna, o abaixar e o alongar do pescoço, tudo isso impõe ao cavaleiro um ajuste no seu comportamento muscular, a fim de responder aos desequilíbrios provocados por esses movimentos”, orienta. Segundo a professora, a adaptação ao ritmo é uma das peças mestras da equoterapia.
“O cavalo tem um passo regular que determina um embalo para o cavaleiro. O ritmo do cavalo a cada passo que dá se situa numa frequência que pode variar entre 40 e 78 batidas por minuto (passo muito alongado e muito curto). Essa frequência tem uma utilização terapêutica, conforme a necessidade do praticante. O cavalo, ao deslocar-se, exige do cavaleiro ajustes tônicos para adaptar seu equilíbrio a cada movimento. Os deslocamentos da cintura pélvica produzem vibrações nas regiões osteo-articulares que são transmitidas ao cérebro, via medula, com a frequência de 180 oscilações por minuto, o que já foi apontado como sendo a mais adequada à saúde”, Gilse Araruna.
Ricardo Lima / Fonte: Larissa Oliveira – “O Hoje”.