A decisão marca o fim do mandato de Edminho, que terminaria em junho do ano que vem
Nesta quinta-feira (19) uma reviravolta agitou os bastidores do Goiás Esporte Clube. Edminho Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo do clube, renunciou ao cargo, surpreendendo torcedores e dirigentes. A decisão encerra o mandato de Edminho, que terminaria em junho do próximo ano.
Veja a carta em que Edminho anuncia a sua renuncia:
“Escrevo essa carta para oficializar o fim do meu ciclo com o presidente do Conselho Deliberativo do Goiás Esporte Clube. As adversidades existiram, porém sempre buscamos com muita garra e força o crescimento do clube. Um legado deixado pelo meu pai Edmo Pinheiro e pelo amado e eterno tio Hailé Pinheiro. De coração quero agradecer à toda família esmeraldina, razão da existência do nosso querido Goiás Esporte Clube, juntos e unidos pela mesma paixão.”
Vanderlan Alcântara assume o Conselho Deliberativo:
Sendo assim, o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, Vanderlan Alcântara, assume a presidência, ele já havia assumido o cargo de presidente durante os meses de março e junho, quando Edminho pediu uma licença temporário do cargo.
Time vive, momento delicado:
A saída de Edminho ocorre em um momento delicado para o Goiás, que passa por uma fase ruim na Série B do Campeonato Brasileiro. O dirigente vinha sendo alvo de críticas por parte da torcida e de conselheiros, que apontavam falhas na gestão e nas decisões do clube, especialmente em relação ao futebol profissional.
Minha opinião:
A mudança a “toque de caixa” no estatuto do Goiás, no ano passado, foi um erro que desestabilizou toda a estrutura administrativa do Goiás Esporte Clube. Há mais de 55 anos o Goiás teve no seu comando um “dono” que soube como poucos transformar um time em uma das maiores forças do futebol brasileiro. Vamos relembrar que Goiás chegou a fazer parte do “Clube dos 13” e estava à frente das grandes decisões do futebol. Sempre revezando, hora no Deliberativo, hora no executivo, Hailé Pinheiro se dedicava integralmente ao Goiás Esporte Clube, nenhum problema externo afetava a administração. O Goiás tinha a “cara” do Hailé, ou seria o contrário?
Com a morte do maior dirigente esportivo da História de Goiás, o clube tentou se adequar a modernidade administrativa que o futebol exigia. Nada deu certo, o clube se enfraqueceu dentro do futebol, deixou de conquistar o Campeonato Goiano e outras competições e vem perdendo espaço para o Atlético-GO, que tem um presidente com as características do “velho” Hailé. O Atlético-GO tem um dono.
O novo estatuto do Goiás, eliminou a figura do presidente que passou a ser administrado por um “Conselho de Administração”, que tem em uma das suas principais funções, contratar um CEO e este contratar toda a “Comissão técnica”. Isso foi feito neste ano e nada deu certo, gastou-se muito dinheiro. Até agora o Goiás já teve 3 técnicos, perdeu um Campeonato Goiano, para o humilde Goiânia Esporte Clube e vem fazendo um Campeonato Brasileiro da Série-B, abaixo das expectativas, tendo uma das maiores receitas dentro da competição com jogadores ganhando salários milionários comparados com atletas de grandes times brasileiros.
Na minha opinião o Goiás Esporte Clube, tem 2 saídas:
A primeira é simples, derruba-se esse formato de Conselho de Administração e o clube volta a ter um comando único com um presidente que dá as cartas em todas as questões dentro da estrutura, lembrando Hailé Pinheiro. O time voltaria a ter um dono.
A segunda opção é mais radical e é a que está na moda do mundo do futebol. O Goiás seria definitivamente uma SAF, com um grande grupo adquirindo o clube que passaria a administrar toda a estrutura, sem a interferência de conselheiros.
E aí, qual seria a melhor opção, pra vermos novamente o Goiás Esporte Clube, entre os grandes do Brasil?
Permanece o novo estatuto, o clube volta a ser administrado por um presidente ou se transforma definitivamente em uma SAF?
Um abraço e eu quero ver o Goiás gigante como sempre foi.
Ricardo Lima.