Com o perfil desejado pelo eleitor, Jânio Darrot diz que tem um projeto para Goiânia e que está pronto para executá-la — basta o consenso dos aliados do governo
A falta de uma equipe consistente, aliás, é o primeiro ponto que Jânio Darrot corrigiria se fosse prefeito de Goiânia, diz ele. Para que possa fazê-lo, entretanto, Darrot depende de uma variável: o apoio consensual da base do governador Ronaldo Caiado. “Não me interessa ser candidato de qualquer maneira; eu quero que o candidato agregue a todos”, afirma.
O gestor fala ainda sobre sua visão para uma Goiânia do futuro. Segundo Jânio Darrot, não basta fazer o básico — saúde, educação, segurança — o povo precisa de lazer e qualidade de vida. Nesta entrevista ao Jornal Opção, o ex-prefeito de Trindade comenta ainda seu passado político no PSDB e dá sua perspectiva para as eleições de 2026.
Patrícia Moraes Machado — O nome do senhor tem surgido na imprensa como possível pré-candidato à prefeitura de Goiânia e causado alvoroço na base do governo, principalmente após afirmação do senhor dizendo que o governador Caiado o convidou para ser o candidato da base. Como estão essas articulações?
Nunca houve um convite do governador Ronaldo Caiado para que eu fosse o candidato a prefeito pela base. Ele, sim, me chamou para uma conversar e me consultar sobre a possibilidade de colocar o meu nome em uma pesquisa qualitativa, já que meu perfil se encaixa com aquele que os eleitores de Goiânia desejam — o de um político gestor, com experiência tanto administrativa como também no poder Executivo. Eu, então, me coloquei à disposição para o projeto político.
Caso as pesquisas mostrem que tenho potencial eleitoral, eu poderia ser o candidato da base governista. Porém, é importante destacar que em momento algum o governador fez esse convite formalmente; estamos em fase de sondagem. Há na base outros bons nomes, como o do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB).
Quando recebi o convite de Ronaldo Caiado, me desliguei do PSDB. O resto é passado.
Jânio Darrot
Italo Wolff — O senhor está acompanhando as reações à essa sondagem? Como percebe o cenário?
Não, pois não é uma decisão minha. Essa é uma decisão do grupo político liderado pelo governador Ronaldo Caiado. É o grupo político que conta com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), Bruno Peixoto, vários vereadores, deputados estaduais e federais, e muitas outras lideranças. O governador é muito democrático, portanto, diversas pessoas serão ouvidas antes de se formar um consenso. Ronaldo Caiado quer ter a certeza de que o apoio será consolidado e unânime. O que posso fazer é aguardar. A decisão deve ser anunciada nos próximos 60 dias e me sinto pronto para abraçá-la, seja ela qual for.
Patrícia Moraes Machado — O senhor tem uma carreira política longa, já foi deputado por dois mandatos e prefeito reeleito da cidade de Trindade.de êxito tanto como deputado quanto como prefeito de Trindade. Além de ser dono da loja de roupas Jean Darrot. Qual fator de sua história levou o governador a colocar o seu nome nessa lista de possíveis candidatos?
O perfil buscado pelo eleitorado goianiense é o de um empresário, com experiência na vida privada empresarial, que também tenha experiência na administração pública. Eu já administrei Trindade, que é uma cidade muito próxima da região metropolitana de Goiânia, e sou um empresário com presença na Capital. Quem vive em Trindade tem uma vida muito ligada à Goiânia, e vice-versa.
Patrícia Moraes Machado — Uma crítica dos seus opositores é a alegação de que o senhor não conhece Goiânia. O senhor já visitou os bairros mais periféricos da nossa cidade?
Eu moro em Goiânia desde 1996 e tenho domicilio eleitoral aqui. Conheço Goiânia e conheço de gestão pública. Entendo o sistema de Saúde Pública por dentro e compreendo como funciona a Educação. Tenho conhecimento profundo da área de infraestrutura. Eu estou preparado para montar uma grande equipe e trabalhar muito para que Goiânia possa entregar tudo aquilo que vai ser prometido durante a campanha para os goianienses.
Junior Kamenach — O senhor parece estar animado com uma possível candidatura a prefeito de Goiania. Então só o que falta então é o consenso da base?
Quando o governador me chamou para conversar, eu nem pensava em candidatura. Fui para o MDB a convite do vice-governador Daniel Viela e, na ocasião da filiação, me coloquei à disposição da base para ajudar como pudesse, tanto nas eleições municipais quanto na campanha estadual e nacional. Mas, desde então, não fiz projetos para lançar meu nome. Então essa oportunidade surgiu e fui receptivo porque eu me sinto preparado. Em Trindade, durante oito anos nós entregamos para a população excelentes resultados, muito acima do que foi prometido em campanha. Posso fazer o mesmo em Goiânia, se a base assim desejar.
Mas, como afirmei, essa é uma questão que diz respeito a toda a base aliada. Não me interessa ser candidato de qualquer maneira; eu quero que o candidato agregue a todos. Se tudo apontar para o meu nome, estou pronto, mas acredito que o candidato da base só tem chances se todos estivermos unidos. Logicamente, a base é liderada pelo governador Ronaldo Caiado, mas ele com certeza vai ouvir a todos.
Patrícia Moraes Machado — A gestão de Goiânia vive uma crise que vem se arrastando nos últimos três anos. O senhor tem acompanhado as dificuldades da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos)?
Acompanho pela imprensa. Percebo que, ainda hoje, já no fim do mandato, o atual prefeito tem uma dificuldade muito grande na formação de uma equipe. Acredito que o prefeito Rogério é bem-intencionado, mas não conseguiu consolidar um bom grupo de trabalho, que entregasse o que ele precisa e pretende na administração.
Italo Wolff — Os institutos de pesquisa justificam que, quando o perfil de um gestor administrador surge como demanda nas eleições, isso significa que a população não está bem assistida pelo poder publico. O eleitor quer alguém que resolva os problemas práticos do dia-a-dia. O que o senhor faria de diferente na prefeitura ao assumir para resolver esses problemas?
Quando se assume uma prefeitura grande como a de Goiânia, é preciso de um projeto ousado. A Capital de Goiás completou 90 anos, mas nós precisamos prepará-la para os 100 anos e para o futuro. O prefeito tem de ter um projeto. Hoje, temos um trânsito caótico, um sistema de transporte público ruim, um serviço de limpeza urbana em colapso — todas essas coisas dizem respeito ao dia-a-dia dos habitantes e também revelam falta de um modelo que faça a cidade funcionar.
Não adianta entregar uma obra de grande porte se você não faz o básico. Fazer o básico não é fácil, não se pode pensar que virá automaticamente. Para que o mínimo funcione, o prefeito precisa ter boas práticas de gestão e ter uma boa equipe de confiança. Além disso o prefeito precisa ter determinação, ter força, ter o feeling de gestor. Por “feeling” eu quero dizer a capacidade de diagnosticar o problema, reconhecer as causas e entregar os resultados.
Eu não estaria hoje aqui e nem teria colocado o meu nome à disposição do governador sem apoio da minha família.
Jânio Darrot
Patrícia Moraes Machado — A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) sempre foi um problema histórico em Goiânia. O senhor pensa em alguma solução, como a privatização dos serviços?
A Comurg vem, há várias administrações, acumulando problemas. Hoje, a companhia que deveria ser a solução dos problemas de urbanismo, se tornou uma dor de cabeça. A empresa deve manter a cidade limpa e bonita, com paisagismo, sem lixo em lotes baldios ou mato alto, com os meio-fios pintados.
Se minha candidatura for consolidada pela base aliada, pretendo fazer um estudo-diagnóstico para identificar as razões pelas quais a Comurg deixou de cumprir sua parte. Logicamente, vamos buscar soluções para todas essas questões. Nós não vamos deixar nada escondido debaixo do tapete, queremos que tudo funcione e funcione bem e vamos fazer o que for preciso para isso.
Italo Wolff — Mas o senhor é simpático à ideia da privatização dos serviços de limpeza e urbanização?
Minha opinião vai depender de uma análise minuciosa do caso da Comurg. Precisamos de mais informações para saber se a solução é a privatização ou a reestruturação interna do órgão. Tudo isso ainda precisa ser definido mediante um estudo.
Patrícia Moraes Machado — O setor das confecções em Goiânia representa uma das maiores fontes de receita da cidade. O senhor que tem experiência nesse setor, com a Jean Darrot, tem algum projeto nesse setor para apresentar?
A questão da confecção de roupas tem alguns aspectos que são importantíssimos. É um setor que emprega muito, quase sem custos para o governo estadual e municipal, que pode ser implementado em áreas pequenas. Esta é uma possível solução para o desemprego na Capital e uma atividade que movimenta muita renda, não apenas na produção têxtil, mas em áreas associadas aos serviços. O consumo desses produtos movimenta a rede hoteleira e de restaurantes, além de transformar a feira hippie e a região da Rua 44 em eventos que atraem centenas de milhares de pessoas todos os meses.
Então, acredito que precisamos ter uma superintendência do vestuário para tratar especificamente do tema dentro da Secretaria de Industria e Comércio. É uma forma de a Prefeitura se articular com o setor e buscar soluções para quaisquer questões que dificultam a atividade das confecções. Além disso, vamos organizar a logística na 44.
Junior Kamenach — Temos enfrentado problemas recentes em função das dívidas da Prefeitura com maternidades e médicos, além de queixas corriqueiras e variadas no setor da saude. O senhor já pensou em ações imediatas para essa área?
Quando assumi a prefeitura de Trindade, em 2013, a saúde era um caos. Uma pequena parcela da população tinha o cartão SUS de Trindade; a maioria das pessoas usava o cartão SUS de Goiânia, de Senador Canedo, ou até de cidades menores próximas, como Santa Bárbara, Campestre. Quando eu assumi, resolvi todos esses problemas em quatro anos e trouxemos dignidade para o cidadão.
A saúde tem muitos recursos que podem resolver dívidas se forem bem direcionados. É a melhor área para se conseguir emendas parlamentares. Não vejo nenhuma dificuldade especial em Goiânia, nada que não possa ser resolvido. Às vezes ouço que Trindade é uma cidade fácil porque é menor do que Goiânia, mas a verdade é que o recurso per capita é o mesmo.
Italo Wolff — E na área de Educação? Goiânia também tem um déficit com vagas histórico nos CMEIs.
Com certeza, a construção de novos CMEIs. A educação tem recursos para que você possa investir e também é possível recorrer às emendas parlamentares. A principal questão é o direcionamento correto dos recursos. Temos condições de aumentar a rede e acolher todas as crianças, o que também garante que as mães possam trabalhar sossegadas.
Patrícia Moraes Machado — Desde o prefeito Iris Rezende, Goiânia parece ter parado no tempo, conservando a mesma marca da gestão do líder emedebista que são as obras como asfalto e viadutos. Goiânia tem hoje uma região metropolitana por onde passam 2,6 milhões de habitantes e ainda se parece com uma cidade de interior. O que as novas gerações podem esperar de uma gestão realizada pelo senhor? Qual a identidade o senhor deve apresentar para essa Goiânia do futuro?
Teremos um plano de governo bem abrangente em todas as áreas. Não adianta ser um prefeito de uma nota só, olhar apenas a saúde e a educação, por exemplo. Temos de pensar no meio ambiente, nas opções de lazer, no esporte. Temos de trabalhar a questão dos empregos na nossa cidade, prospectar e trazer grandes empreendimentos. É importante que venham empresas para gerar empregos, principalmente na área de tecnologia, que oferecem ocupações diferentes daquelas que existiam no passado. Então o desafio da inovação é muito grande, sei disso e penso em uma Capital moderna.
Eu fiz isso em Trindade. Trabalhamos e fizemos muito pelo esporte e lazer, e fizemos principalmente para a juventude, para as crianças. Considero isso muito importante. São necessários programas da Prefeitura que estejam próximos da população.
Patrícia Moraes Machado — Mas o senhor pretende fazer uma gestão mais voltada para o indivíduo ou para infraestrutura?
Se eu for candidato, eu vou criar uma plataforma voltada para as pessoas. E então, se for eleito, minha gestão terá o cidadão em primeiro lugar. Quero que o povo em Goiânia tenha saúde quando precisar recorrer à uma emergência, que ele seja bem atendido e tenha médicos capacitados e equipes completas, com enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e o que mais for necessário.
Isso precisa ser feito em todas as áreas. É preciso entregar para as pessoas o melhor possível, no lazer, na educação, na geração de empregos, na atração de novas empresas e investimentos, para a expansão do comércio e do turismo de Goiânia, para a cultura como um todo. É isso que precisa ser feito, esse trabalho incansável. Você precisa estar muito preparado, montar uma equipe que tenha condições. Técnicos e políticos que vão estar ali para fazer o melhor pelo goianiense em todas as áreas.
Eu, particularmente, nunca consegui fazer oposição da forma como Marconi Perillo tem feito.
Jânio Darrot
Italo Wolff — Já vimos passar pela Prefeitura vários projetos de revitalização do Centro de Goiânia. Gostaria de conhecer a sua visão para essa região que está abandonada.
Eu conheci o antigo Centro de Goiânia, um lugar que a gente tinha prazer de visitar. Nós frequentamos o Centro para ir ao cinema, o teatro, os restaurantes. Hoje, o que precisa ser feito ali é um trabalho cauteloso que se inicia no primeiro dia da gestão, e não no final do mandato. O centro não pode ficar só no discurso e na regulamentação técnica. Não basta abaixar o IPTU. É necessária uma série de ações que façam do Centro um lugar atrativo novamente.
Existem vários tipos de incentivos que podem ser planejados e aplicados ali. Pode-se tornar o Centro uma zona franca, por exemplo. Pode-se oferecer incentivos para quem quiser empreender na restauração de prédios históricos. Outra coisa que pode ser interessante para Goiânia é fazer do Centro um local de tecnologia para o Estado de Goiás e se tornar um ponto de geração de emprego e renda.
Patrícia Moraes Machado — A expectativa pelo posicionamento do governador em relação ao candidato da base para Goiânia é natural, já que ele possui cerca de 80 por cento de aprovação na capital. Mas os pré-candidatos já não deveriam estar fazendo o dever de casa e buscando aliados? O senhor vem conversando com outros políticos e lideranças?
Tenho conversado com muitas lideranças conceituadas em Goiânia e Goiás, mas eu penso que esse processo precisa ser feito com certa cautela para que não tenhamos nenhuma ruptura. Eu diria que ainda não entrei no embate porque não quero nenhum tipo de atrito dentro da base. Quando os nomes estiverem definidos, estarei pronto para ir para o debate político, procurando abertamente o apoio de outros políticos, de lideranças de todos os setores e buscar a estruturação de um projeto para Goiânia. Para construir uma Goiânia que os goianienses realmente almejam.
Patrícia Moraes Machado — A oposição também crítica sua história ao lado do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) em função de seu alinhamento atual com o governador Ronaldo Caiado. Como o senhor responde quando questionado sobre essa aliança política do passado?
Antes de ser aliado de Marconi Perillo, fui aliado de Maguito Vilela. Essa amizade se estendeu ao Daniel Vilela e fomos colegas quando nos encontramos na Assembleia Legislativa em 2010. Neste mesmo ano, fiz campanha junto ao governador Ronaldo Caiado, subimos no palanque para dobradinhas em vários municípios, entre eles Trindade. Era Jânio Darrot para deputado estadual e Ronaldo Caiado para deputado federal.
Depois tivemos um distanciamento natural mas nunca tivemos problema algum. Quando recebi o convite de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela para compor o protejo de reeleição, eu disse ao governador: “O senhor merece um segundo mandato por sua história e por tudo que vem fazendo por Goiás”. A partir daquele momento, me desliguei do PSDB e o resto é passado.
Patrícia Moraes Machado — O senhor caminha para ser candidato pelo MDB ou vai para o União Brasil?
Essa decisão eu deixo com o governador Ronaldo Caiado, caso eu venha a ser o candidato de fato. Os dois partidos formam o eixo da base política do governo e estão em uma aliança muito forte. Me sinto muito bem no MDB, mas me sentiria muito honrado em me candidatar pelo União Brasil também.
Junior Kamenach — O senhor iria então para o União Brasil em uma chapa com a Ana Paula Rezende sendo a sua vice, por exemplo?
A questão de Ana Paula já foi conversada. Foi ela quem preferiu não ser a candidata à prefeita. Ana Paula teria, sem dúvida alguma, o apoio do governador e de todos nós se quisesse ser candidata.
De hoje até as convenções temos tempo para conversar sobre o vice na chapa; acho que essa é uma preocupação que podemos deixar mais para frente. O que precisamos saber agora é quem será o candidato a prefeito. Vamos trabalhar na formação de chapas de vereadores e também na aliança com os partidos antes de definir quem será o vice. Só o que posso dizer é que o vice será escolhido de forma consensual pela base aliada.
Patrícia Moraes Machado — Para a eleição de 2026, já vemos o ex governador Marconi Perillo (PSDB) se movimentando com interesse pela disputa. Como o senhor avalia uma disputa entre o tucano e o vice-governador Daniel Vilela?
Eu me sinto a vontade para falar sobre Daniel Vilela. É muito preparado. Desde que eu me lembro, quando nos conhecemos na Assembleia Legislativa, Daniel sempre teve uma atuação de destaque. Foi deputado estadual e federal, vereador, e agora é vice-governador. Eu não tenho dúvidas de que Daniel Vilela merece ser o sucessor do governador Ronaldo Caiado. A população percebe que ele é essa pessoa de confiança.
Além disso, está tendo um aprendizado intenso com a experiência ao lado do governador Ronaldo Caiado, o que vai dar ainda mais bagagem para ele. Quando se assume a administração de um município ou Estado, o político cresce no seu conhecimento e em suas habilidades. Eu tenho a certeza de que Daniel Vilela chegará muito bem avaliado e preparado para 2026, e de que nós estaremos juntos.
Patrícia Moraes Machado — A ética e a moral política fatalmente seguirão sendo pontos fortes no embate de 2026. O senhor acredita que a história sem máculas do vice-governador Daniel Vilela será um forte argumento para reeleição em 2026?
Com certeza. Daniel Vilela tem um passado e uma história política muito bonita. O seu pai, Maguito Vilela, foi um grande governador, deputado estadual e federal excelente e duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia. Maguito mudou a própria história de Aparecida de Goiânia e Daniel Vilela tem toda a carreira pela frente com a índole do pai para melhorar Goiás. Daniel é um político correto, bem-intencionado, uma pessoa séria e do bem, que tem compromisso e idealismo em fazer o melhor na vida pública.
Italo Wolff — O senhor disse que tem familiaridade com Goiânia, mas suas raízes políticas estão principalmente em Trindade. Como o senhor vê a continuidade de seu trabalho na cidade? Como o senhor avalia a prefeitura de Trindade hoje?
Eu tenho ido pouco à Trindade, mas converso com as pessoas, bem como converso com o prefeito Marden Júnior (União Brasil) e com amigos deputados de lá. Vejo que Trindade está indo bem, é uma cidade que cresceu muito. Nos nossos oito anos de gestão, resolvemos muitos problemas que vinham se arrastando há anos na saúde, educação, infraestrutura, lazer. Percebo que Marden Júnior é jovem, mas tem cada vez mais experiência e está fazendo um bom trabalho. Acredito que ele só vai crescer daqui para frente.
Patrícia Moraes Machado — Como o senhor avalia a articulação do ex-governador Marconi Perillo junto ao TCE, para dificultar a construção do hospital Cora?
A oposição precisa ser produtiva. Sou contra a oposição do “quanto pior melhor”. Esse hospital terá muita importância para os goianos. A incidência de câncer cresce e a demanda em Goiás é alta. É ainda mais grave quando consideramos que será um hospital para as crianças.
Eu, particularmente, nunca consegui fazer oposição da forma como Marconi Perillo tem feito. Acredito que deveríamos juntar todas as forças políticas do Estado nesse momento, de todos os partidos, ex-governadores e ex-deputados, ao lado do governador Ronaldo Caiado e do vice-governador Daniel Vilela para ver essa obra entregue. A pretensão do governador é de entregar ainda esse ano esse hospital já operando, serão milhares de vidas salvas ali anualmente. Sem falar da melhora na dignidade, porque o tratamento do câncer é árduo. Esse é um assunto que deveria estar acima de todas as divergências partidárias.
Patrícia Moraes Machado — O trabalho social de sua esposa, Dairdes Lourenço da Costa Freire, sempre é lembrado pela população de Trindade. Como ela está avaliando sua possível candidatura a prefeito de Goiânia? E vocês já conversaram sobre possíveis trabalhos sociais a serem realizados?
Eu não estaria hoje aqui e nem teria colocado o meu nome à disposição do governador sem apoio da minha família. A minha esposa, as minhas duas filhas, os genros e até os netos já abraçaram a possível campanha. Logicamente, minha esposa se preocupa. Elas não querem ver a gente se machucar, e o embate na política é duro. Uma campanha nunca é fácil e a família sempre sofre. Sofre, porque nos veem sofrendo, e porque a dureza do debate é árdua. Então, a família de qualquer político tem de estar preparada quando a campanha começa. Mas minha família já aceitou e já está ao meu lado.
Quanto ao trabalho de minha esposa em Trindade, ela sempre foi muito querida e ativa na cidade. Sem cargo algum na prefeitura, me ajudava a olhar os detalhes em todas as áreas. Na educação, ela olhava a merenda dos meninos, a organização das despensas, a qualidade dos alimentos, a qualidade dos uniformes, pois entende muito da área do vestuário. Ela me ajudava muito na saúde, vistoriando o acabamento das obras e qualidade dos equipamentos.
Ajudou os carentes a terem suas casas próprias. Muitas vezes, a pessoa tinha um lote, mas não tinha a casa — vivia em um barraco improvisado, em condição de grandes necessidades. Então criamos um programa, com ela à frente, para construir casas para essas pessoas. Entregamos as casas mobiliadas, com tudo dentro: cama, roupa de cama, televisão, geladeira, fogão, talheres.
Foi um trabalho muito interessante e muito bonito que ela fez lá. Ela deixou uma marca boa na vida de muita gente. As pessoas que ajudamos estavam em situação de pobreza tão grande que não conseguiriam se reerguer sozinha, mas com a ajuda elas podem voltar a caminhar sozinhas. Você dá a mão e todo o bairro vê aquilo como um gesto de amor.