De acordo com o Estadão, em 2023, o Ministério da Igualdade Racial já gastou R$ 6,3 milhões com passagens aéreas e diárias em hotéis
Após escândalo envolvendo a servidora do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Marcelle Decothé, que fez uma postagem com ofensas de cunho racial direcionadas a paulistanos e são paulinos, no último domingo (24), durante agenda oficial na final da Copa Brasil, o foco, agora, foi direcionado aos gastos da pasta com viagens. De acordo com o Estadão, neste ano, o MIR já gastou R$ 6,1 milhões com passagens aéreas e diárias dos servidores.
A assessora da ministra Anielle Franco, que estava no Estádio do Morumbi acompanhando o jogo em agenda oficial, foi exonerada do cargo na terça-feira (26) por conta do comportamento, que repercutiu na internet nos últimos dias. A questão relacionada ao fato, mais do que o episódio de xenofobia e ofensas raciais, foi o uso de um avião da FAB para estar no evento, com a justificativa de participação do lançamento de uma ação contra o racismo na partida.
Repercussão:
Apesar da postagem ter sido feita na rede social privada da servidora, os dizeres, “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… pior tudo de pauliste”, repercurtiu negativamente, culminando na exoneração de Decothé. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Igualdade Racial ontem (26), e trouxe à tona discussões sobre gastos da pasta com viagens de assessores e ausência de políticas públicas voltadas ao tema.
Conforme apuração do Estadão, de acordo com o Portal da Transparência, a assessora de Anielle, Marcelle Decothé, fez 19 viagens a serviço, três delas para outros países, entre eles: Colômbia, Estados Unidos, Portugal e Espanha. Os gastos totais com os deslocamentos e hospedagens giram em torno de R$ 130 mil.
Uma coisa levou a outra:
Ainda segundo informações oficiais, dos R$ 109,9 milhões no orçamento da pasta para 2023, apenas R$ 20,8 milhões foram empenhados até agora. Os valores indicam que as restrições orçamentárias revelam gastos direcionados, em sua maioria, a aparatos do ministério e não em políticas públicas, o que gerou um grande burburinho.
Em resposta ao Estadão, o Ministério da Igualdade Racial declarou que “há um descompasso” entre os gastos planejados em políticas públicas e os de viagens. A pasta diz, ainda, ter R$ 35 milhões “programados” para suas ações, que serão executados em breve.
Sobre a exoneração da assessora envolvida no escândalo, o ministério declarou que “As manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do Ministério da Igualdade Racial”, disse o órgão.
Quanto ganhava Marcelle Decothé da Silva:
Marcelle recebia R$ 17,1 mil por mês. Ela entrou no governo no dia 7 de fevereiro último, quando ganhou um cargo comissionado executivo para trabalhar 40 horas semanais como chefe da assessoria especial. Segundo o Portal da Transparência do governo federal, ela era oficialmente contratada pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
Apesar do salário bruto de R$ 17,1 mil, em junho ela embolsou R$ 30.085,26. O valor se refere aos adicionais de R$ 7,8 mil de “gratificação natalina” e R$ 9,6 mil de “outras remunerações eventuais”.
Ricardo Lima / Fonte: Luana Cardoso – “Diário de Goiás” – Wanderley Preite Sobrinho-“UOL”.