Eleições de 2024 pode mudar composição da Casa e também a dinâmica pensada para o ano de 2026
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) pode perder alguns nomes de 2024 para 2025. Acontece que cerca de 40% dos parlamentares da Casa são ventilados como possíveis pré-candidatos nas eleições do ano que vem. Ao todo, 16 dos 41 legisladores são vistos como possíveis players da disputa que se avizinha.
Alguns já colocaram o nome à disposição, outros falaram da possibilidade e há, ainda, aqueles que são indicados pelos próprios correligionários. Anápolis é o município com mais possíveis nomes da Alego na disputa, depois da capital. Entre os postulantes da cidade do interior estão os deputados Amilton Filho (MDB), Coronel Adailton (Solidariedade) e Antônio Gomide (PT).
Amilton já colocou o nome à disposição, mas tem pela frente um desafio dentro do próprio partido, o agora deputado federal e presidente da legenda no município, Márcio Corrêa. Antes suplente, o emedebista assumiu cadeira na Câmara na terça-feira (8/8) após Célio Silveira pedir licença. Ele teve quase 60 mil votos no pleito de 2022.
Coronel Adailton é citado de forma mais tímida, enquanto Antônio Gomide, que já presidiu o município por dois mandatos e deixou o cargo com alta aprovação, é especulado como favorito. Ele, contudo, evita comentar o assunto, mas correligionários garantem o petista na disputa pela sucessão da cadeira que será deixada por Roberto Naves (PP).
Goiânia:
Por Goiânia, o nome que vem sendo trabalhado é o do presidente da Assembleia, deputado Bruno Peixoto (União Brasil). O político, contudo, depende de alguns fatores. Ele só entrará na corrida se tiver a bênção do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). É preciso dizer, o acordo passa por nomes do MDB, que podem ter a preferência no páreo.
A filha do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende, Ana Paula Rezende, seria uma das preferidas de Caiado. A participação dela na corrida, todavia, é incerta. Outra possibilidade é o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que está no Patriota, mas deve se filiar ainda este mês no MDB.
Gustavo, porém, depende de consulta à Justiça, pois foi prefeito por dois mandatos consecutivos em Aparecida. A tese dele é que se desincompatibilizou com menos de dois anos do segundo mandato e que a disputa ocorreria em uma cidade maior. Ele, inclusive, já conseguiu com que o presidente do MDB nacional, deputado Baleia Rossi, entre com o pedido no Judiciário.
Com esses dois nomes fora do páreo, Bruno tende a figurar como a principal aposta da base. Nos bastidores, comenta-se que o presidente da Alego tem boas chances de ser o nome de consenso da base caiadista na corrida. Mas ele, claro, não seria o único deputado com aspirações no paço da capital.
Também pelo MDB, Charles Bento colocou o nome à disposição. Ele quer ser uma alternativa do partido para o caso de Ana Paula não se viabilize. Quem também disse que pode entrar na corrida é o deputado Delegado Eduardo Prado (PL). Atualmente, a sinalização é que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro apoie o nome do deputado federal Gustavo Gayer (PL).
Há, ainda, o petista Mauro Rubem, que ventilou a possibilidade. O PT, entretanto, tem o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e suplente de deputado, Edward Madureira, além da favorita da sigla, a deputada federal Adriana Accorsi.
Catalão:
Em Catalão pode acontecer uma disputa entre primos. Gustavo Sebba (PSDB), que disputou em 2020, pode retornar para a corrida eleitoral de 2024. Ele, claro, representa o grupo do pai, Jardel Sebba, na cidade. Ele pode enfrentar no páreo, o também deputado Jamil Calife (PP), seu primo. O progressista, por sua vez, pode ser o nome do atual prefeito e rival político de Jardel, Adib Elias.
O grupo de Adib e Jardel rivalizam em Catalão desde os anos 2000. No Paço, o atual prefeito leva ampla vantagem na disputa. E frisa-se “no Paço”, pois a dupla leva os embates também para o Legislativo de Goiás.
Mas de volta à prefeitura, em 2000, Adib garantiu sua primeira eleição. Em 2004, ele foi reeleito e derrotou Sebba diretamente. Em 2008 ele fez o sucessor, Velomar Rios. Foi somente em 2012 que Jardel venceu. À época, ele era presidente da Alego. Além disso, contou com o apoio do então governador Marconi Perillo na disputa.
Em 2016, contudo, Adib voltou para a prefeitura de Catalão. Ele derrotou Sebba, que não conseguiu a reeleição, por 67,62% a 26,34%. Quatro anos depois, em 2020, foi a vez de Elias enfrentar o filho de Jardel, o deputado estadual Gustavo Sebba.
O resultado do pleito teve uma diferença ainda maior entre os rivais. Adib foi reeleito com 57,62% dos eleitores, enquanto Gustavo marcou 9,68%. O segundo lugar ficou o iniciante Elder Galdino (MDB), com 28,54%.
Mas vale reforçar que a rivalidade Elias/Sebba não fica só na prefeitura. A cidade também costuma emplacar dois deputados estaduais, um de cada grupo. De 2000 para cá: Fernando Netto (por Adib) e Jardel Sebba; Adriette Elias (Adib) e Jardel; Adib e Jardel; e agora Jamil (Adib) e Gustavo Sebba.
Trindade:
Em Trindade, dois nomes da Assembleia devem concorrer. Ex-prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro (União Brasil) já disse que poderia postular à prefeitura de sua cidade natal. Há, ainda, o presidente estadual do PDT, George Morais, que já esteve no comando do município. Ele não confirma, mas aliados o veem na disputa contra o atual prefeito Marden Júnior (União Brasil), que buscará a reeleição.
Aparecida de Goiânia:
Por Aparecida de Goiânia, o deputado estadual Cairo Salim (PSD) já considerou a concorrência, assim como em 2020. O cenário da cidade vizinha da capital deve ser polarizado entre o atual prefeito, Vilmar Mariano (Patriota), e o deputado federal Professor Alcides (PL). Além disso, o presidente da Câmara, vereador André Fortaleza (MDB), também busca viabilizar a candidatura.
Outros municípios:
Fortes em suas respectivas cidades, têm, ainda, Gugu Nader (Agir), por Itumbiara; Renato de Castro (União Brasil), por Goianésia; Rosângela Rezende (Agir), por Mineiros; e Paulo Cezar Martins (PL), por Quirinópolis. Todos com possibilidade de buscar a cadeira do Executivo. A eleição de qualquer um dos nomes citados implica em recomposições na Alego com a entrada de suplentes e novas dinâmicas para 2026. É a famosa “dança das cadeiras”.
Ricardo Lima / Fonte: Felipe Cardoso, Francisco Costa e Wilson Silvestre / Jornal “O Hoje”.