Cristiano Galindo presta homenagem aos clubes e grupos de motociclistas de Goiás
Uma sessão com personagens e trajes completamente diferentes da formalidade característica dos trabalhos de rotina. Assim foi a sessão solene que homenageou clubes de motociclistas na noite desta quinta-feira, 13, no plenário Iris Rezende Machado, da Assembleia Legislativa de Goiás.
Em vez de terno e gravata, blusões de couro e botas. Nas mãos, capacetes substituíam projetos. E até a assessora Neolete Pires de Freitas, que todos os dias assessora a Mesa Diretora nas sessões plenárias, trocou a formalidade pelo traje “à caráter” do Moto Clube que participa há cerca de 8 anos, a Associação Latino-americana de Mototurismo (Lama).
Em poucas solenidades, as galerias da Assembleia receberam público tão numeroso. Todos com o mesmo estilo do movimento: homens e mulheres tatuados e vestidos com roupas pretas de couro, repletas de brasões e símbolos dos Moto Clubes.
A iniciativa foi do deputado Cristiano Galindo (Solidariedade), que tem muita proximidade com o movimento de motociclistas. A ideia foi reconhecer os serviços sociais prestados pelos grupos, além de contribuir para quebrar o preconceito, que ainda cerca o motociclismo.
Ao todo, 32 Moto Clubes e 10 Moto Grupos estiveram representados na solenidade. 52 integrantes do movimento foram agraciados com o Certificado do Mérito Legislativo.
Falando em nome dos homenageados, o presidente do Moto Clube Motor Skulls, José Reis Júnior, conhecido como Major Reis, iniciou seu discurso lembrando que essa foi a primeira vez que o Poder Legislativo goiano abriu as portas para o movimento de motociclistas.
Em seguida, ele sublinhou que a atividade tem características bem diversas do que pensa o senso comum. Segundo ele, os Moto Clubes fazem diversos trabalhos sociais, como a entrega de cestas básicas, campanhas de agasalho e doação de sangue. Além disso, os integrantes têm a solidariedade como obrigação. “Eu já vi pessoas paradas na estrada e ficar um dia inteiro porque a moto de um amigo quebrou. Eu já vi irmão dividir uma marmita, porque tinha dinheiro para comprar só uma marmita. E um exemplo mais clássico que me movimentou para entrar em um Moto Clube, foi quando um integrante de um clube teve um problema de saúde e o pessoal do grupo movimentou e, em pouco tempo, conseguiu o dinheiro necessário para que ele fizesse a cirurgia”.
O presidente do Moto Clube também lembrou que o motociclismo movimenta a economia do País, seja nos eventos, ou no dia a dia, em oficinas e lojas de peças, por exemplo.
O deputado Cristiano Galindo explicou que, desde que conheceu o primeiro Moto Clube, se tornou um admirador do movimento, pois pode ver o trabalho realizado em prol da sociedade.
O parlamentar lembrou, ainda, que já testemunhou, em muitas oportunidades, os motociclistas sendo discriminados. E a ideia da homenagem foi, além de reconhecer a atuação, contribuir para diminuir o preconceito, mostrando como o motociclismo realmente é. “O País precisa aprender com o movimento. Precisa dessa união, dessa força de vontade, dessa irmandade. Precisamos parar de pensar em bairros isolados, cidades isoladas, pessoas isoladas, porque o Brasil está ficando isolado. Prova disso é a violência que está acontecendo nas escolas. (…) Essa é uma oportunidade de mostrar o que o Moto Clube faz de trabalho pela sociedade”, afirmou.
Galindo ainda se colocou à disposição para continuar ajudando o movimento dos motociclistas no que for possível. Por fim, o parlamentar salientou que a Assembleia Legislativa é a Casa de todos os integrantes do movimento.
Única mulher dentre os homenageados, Neo, que é servidora da Alego, na ocasião, que ver a Casa aberta, pela primeira vez, ao movimento que ela participa, aflora o sentimento de reconhecimento e esperança.
Neo, que pilota uma moto da lendária marca Harley Davidson, e, por isso, tem o título de “Lady of Harley”, acredita que iniciativas como essa podem contribuir para que a sociedade enxergue o movimento de forma diferente. “O motociclismo é um estilo de vida, que escolhe ser agradável com todos, ser livre, ser solícito, para ajudar quem precisa. E o mais importante é não se julgar melhor que ninguém, por isso, nosso símbolo é uma caveira”, explicou.
Antes de encerrar a sessão solene, Galindo se comprometeu, como integrante da Comissão de Turismo, a propor a criação de um calendário específico para atividades do movimento. E ainda a promover, no segundo semestre desse ano, uma nova homenagem ao movimento, dessa vez, específico para as mulheres motociclistas.
Ricardo Lima / Fonte: Alego.